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A necessidade pedagógica de nomes de ruas


Por Flávio Lauria

03/04/2025 9h30 — em
Espaço Crítico


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O Ministério Púbico, recomendou que o governo e a Prefeitura de Manaus, alterem nomes de ruas, prédios e avenidas, que homenageiam nomes que participaram ou colaboraram com a ditadura militar. Primeiro, isso não é tarefa do fiscal da Lei e sim do Legislativo, e mais, há desobediência a Lei Orgânica do Município, em colocar nomes de ruas, de pessoas ainda vivas, isso sim, fere a norma vigente, As ruas de Manaus, mudaram de nomes, em homenagem a personalidades, sejam ex militares ou pessoas que contribuíram com nosso Estado.

No bairro Adrianópolis, as ruas foram batizadas com o nome de capitais do Brasil, lá estão, Fortaleza, Belo Horizonte, Maceió, Salvador, São Luís, Paraíba, (que em justa homenagem passou a ser chamada de Avenida Umberto Calderaro) Recife, (que passou a ser Mario Ypiranga Monteiro,) também em justa homenagem, mas faço aqui uma sugestão. Assim como sucede com a Marques de Santa Cruz no centro de Manaus, repete-se com muitas outras ruas que não sabemos quem foi o homenageado com o nome posto no logradouro, seja rua, avenida, praça, largo, travessa. Os becos têm quase sempre nomes muito autênticos, como o do Macedo.

Os bairros nascem, espontaneamente, em torno de uma igreja, ou surgem da situação geográfica, Ponta Negra, Tarumã, Cidade Nova. Há, pois, uma necessidade pedagógica de se colocar abaixo do nome, na placa, algumas indicações mínimas do titular que designa o logradouro, como a sua principal atividade profissional, cargo de relevo, liderança política, militar, religiosa, social ou literária, ainda se possível data de nascimento e de falecimento. Sugiro indicativos, necessariamente esclarecedores, que identifiquem o homenageado. Lembro-me que quando morava na Rua Luís Antony, eu me perguntava, quem foi Luís Antony? Depois soube que foi um militar luso-brasileiro, que veio para Manaus e aqui estabeleceu-se.

Pois bem, considero que existe ou deva existir uma razão que justifique a homenagem urbana a uma personalidade. É a síntese dessa razão nominativa que deve acompanhar a placa. A busca dos complementos explicativos, sintéticos e precisos, deverá ser um trabalho conjunto da Câmara Municipal, Prefeitura, Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, guarda maior de nossa memória coletiva e das nossas tradições. A sugestão deverá incluir a participação comunitária dos moradores das respectivas ruas já nomeadas, como também induz o trabalho de pesquisa que prazerosamente, facilitaria. Para os logradouros que portam o nome de pessoas vivas, colocar-se-ia o principal título – presidente, governador, prefeito, parlamentar, militar, professor, padre, escritor, poeta, cantor e outros.

A cidade de Manaus poderia possuir placas de ruas mais explicativas, inspirando-se em Lisboa e em outras cidades. Um projeto de lei municipal ajudaria a melhor denominar as ruas.

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