Expectativa faraônica: Egito deve ter Salah de volta contra a Rússia
SÃO PETESBURGO - A esperada volta de Mohamed Salah ao time titular do Egito hoje, 15h (Brasília) para o duelo contra a Rússia, pelo grupo A, coloca o campo e bola novamente como protagonistas de uma seleção marcada pelas questões fora das quatro linhas na sua primeira Copa do Mundo disputada em 28 anos.
Toda a preparação levou em consideração aspectos políticos e religiosos, desde a base na Chechênia, região de maioria muçulmana , e o jejum em virtude do Ramadã, que durou até poucos dias da estreia e preocupou a comissão técnica e os preparadores físicos do técnico Héctor Cúper.
Técnico otimista
Com seu astro de volta, o Ramadã encerrado e o campo do estádio de São Petersburgo reconhecido, o Egito tenta se recuperar da derrota na estreia e sonhar com a classificação no grupo que ainda tem Uruguai e Arábia Saudita. O técnico argentino Héctor Cúper respondeu basicamente sobre Salah na coletiva, mas preferiu não falar sobre questões extracampo.
— Sou o treinador de Salah e da seleção do Egito. As questões políticas e sociais não são comigo, mas o vejo como um símbolo para o país. Podemos contar com ele. É uma arma importante no ataque. Quando não o temos, sentimos. Sou otimista em relação a sua presença no jogo — apostou.
Salah recebe os holofotes desde o início da preparação, mesmo sem jogar. Do campo de batalha para o campo de jogo, o artilheiro do Liverpool não largou a bola nem para se aquecer nem durante a conversa do treinador com o elenco. O Faraó quer jogo. E o Egito sabe que depende dele para buscar voos mais altos na Copa do Mundo.
Antes de Salah, porém, vem Allah. E é principalmente nele que o time e a torcida do Egito depositam as esperanças. Ao lado do treinador, o goleiro El-Hadary, de 45 anos, que pode ser tornar o atleta mais velho a disputar uma Copa do Mundo, disse esperar que Allah esteja do lado do Egito durante a partida. E lembrou que todo o elenco está fisicamente bem depois do ramadã. O goleiro titular, El-Shenawy, eleito o melhor em campo contra o Uruguai, protagonizou outra cena curiosa: recusou a premiação de um patrocinador, a marca de cerveja da Copa, bebida alcoólica proibida como todas as outas no islamismo. Se Salah voltar como se espera, a conferir o que ele fará com o prêmio.
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