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Argentina supera final caótica e lesão de Messi para conquistar a Copa América

Por Folha de São Paulo

15/07/2024 0h45 — em
Esportes



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Argentina coroou neste domingo (14) um ciclo histórico, ao conquistar a Copa América 2024, com vitória sobre a Colômbia, por 1 a 0, na prorrogação da decisão disputada em Miami, nos Estados Unidos. Lautaro Martínez foi quem definiu o placar, na etapa final do tempo extra.

A Albiceleste se tornou a segunda seleção do mundo, depois da Espanha, a conquistar três taças importantes em sequência, depois do título da Copa América em 2021 e do título mundial no Qatar em 2022.

Desde o fracasso na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, a Argentina foi uma seleção sem rumo e que carregou anos de frustrações: de 1993, quando conquistou a Copa América, no Equador, até 2021, com o título continental conquistado no Brasil, que deu início à sequência histórica, sob a batuta do maestro Lionel Messi.

Desta vez, porém, o argentino viu o desfecho da decisão do banco de reservas depois de ser substituído no segundo tempo por lesão.

Mesmo sem seu capitão, a Argentina chegou à vitória e superou o que foi uma caótica Copa América nos EUA, marcada por uma grande confusão antes da partida, quando torcedores sem ingressos tentaram invadir o estádio, atrasando o início do jogo em 1h20.

Quando a bola, enfim, rolou, as duas equipes mostraram que, pelo menos, o atraso não afetou a condição dos atletas. Principalmente dos colombianos, que fizeram pressão nos argentinos nos minutos iniciais e deram trabalho ao goleiro Dibu Martínez.

Aos poucos, os atuais campeões equilibraram o confronto e também rondaram a área colombiana, porém com mais dificuldades para descolar boas finalizações. A melhor chance foi um chute mascado de Messi.

O empate parcial sem gols acabou justo pela produção das duas equipes. Antes do segundo tempo, show mesmo só da cantora colombiana Shakira durante o intervalo, um tipo de evento raro no futebol em meio a um jogo, mas bastante comum em eventos esportivos nos EUA, como o Super Bowl.

Depois da apresentação, foi a Argentina que armou uma pressão inicial sobre o adversário, sobretudo em lances com Di Maria pela esquerda. Em seu último jogo com a camisa da seleção, o meia foi um dos mais procurados pelos companheiros e teve uma das principais chances da etapa final, defendida por Cuesta.

O camisa 11 encerrou uma trajetória com 145 partidas pela Argentina entre amistosos e torneios oficiais, com um histórico de títulos: Olimpíadas, em 2008, Copa América, em 2021, Finalíssima, em 2022 e a Copa do Mundo do Qatar.

Seu papel de liderança na final com a Colômbia se tornou ainda mais importante aos 20 minutos da etapa final, quando Lionel Messi deixou o gramado por causa de uma lesão muscular. Nicolás González foi quem teve a missão de entrar no lugar do capitão. Sentado no banco de reservas, Messi foi às lágrimas, pois foi, possivelmente, a última final dele pela seleção, já que ele não definiu se vai disputar a Copa de 2026.

Foi do banco que o astro viu a Colômbia reclamar de um possível pênalti em Córdoba, não confirmado pelo VAR, e depois um gol da argentina, anotado por González, mas anulado por impedimento.

Sem gols válidos durante o tempo regulamentar, a partida se arrastou até a prorrogação, quando Lautaro Martinez definiu a decisão no segundo tempo da arrastada disputa nos EUA.

Antes da decisão, porém, o clima no estádio foi marcado por uma grande confusão e tensão envolvendo milhares de torcedores sem ingressos que tentaram invadir o estádio.

Sede da Copa do Mundo de 2026 junto com Canadá e México, os EUA trataram a Copa América como uma oportunidade para testar todos os protocolos necessários para a competição. O torneio com seleções das Américas do Sul, Central e do Norte, no entanto, foi marcado por uma série de incidentes de segurança.

Prevista para ter seu início às 21h (no horário de Brasília), a decisão começou com 1h20 de atraso depois que uma grande confusão se instaurou nas entradas no estádio. Poucas horas antes do início, um grande número de torcedores colombianos tentou entrar no local sem ingressos, invadindo um dos portões.

Houve um grupo que, após passar pelos acessos, usou dutos de ar-condicionado na tentativa de acessar a parte interna do estádio.

A organização da Copa América decidiu fechar os acessos, enquanto a polícia tentava conter a confusão. Houve muita correria e tumultos, e os agentes de segurança precisaram agir, incluindo com prisões.

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol), responsável pela organização do torneio, anunciou inicialmente um atraso de 15 minutos, que depois se transformaram em 1h20.

Uma torcedora argentina descreveu a situação para a agência AFP. "Tratam-nos como animais. Não existe organização nem nada parecido. Não estavam preparados para receber 60 mil pessoas", criticou. "Estou tremendo, me sinto como um gado, como um pedaço de animal", acrescentou Cecilia Cabarelli.

Equipes de primeiros socorros atenderam torcedores que caíram no meio da confusão ou que passaram mal devido às altas temperaturas, que giravam em torno de 34º em Miami.

Quando o confronto, enfim, começou foi possível notar que houve um aumento na presença de agentes de segurança em pontos estratégicos do estádio para evitar invasões de campo.

Os incidentes na final ocorreram quatro dias depois dos violentos acontecimentos vividos por familiares dos jogadores uruguaios nas semifinais contra a Colômbia em Charlotte, na Carolina do Norte, onde uma briga em um setor da arquibancada principal do Estádio Bank of America envolveu torcedores, familiares dos jogadores uruguaios e alguns jogadores da seleção colombiana.

FICHA TÉCNICA

Argentina 1 x 0 Colômbia

Competição: Copa América (Final)

Local: Hard Rock Stadium (Miami, EUA)

Data e hora: Domingo (14 de julho), às 21h (de Brasília)

Árbitro: Raphael Claus

Assistentes: Bruno Raphael Pires e Rodrigo Figueiredo Henrique Correa

VAR: Rodolpho Toski

Cartões amarelos: Córdoba (Colômbia); Mac Allister (Argentina)

Gols: Lautaro Martínez, aos 6 minutos do segundo tempo da prorrogação.

Argentina: Dibu Martínez; Montiel (Molina), Lisandro Martínez, Romero, Tagliafico; Mac Allister (Paredes), De Paul, Enzo Fernández (Lo Celso); Di María, Messi (Nico González) y Julián Álvarez (Lautaro Martínez). Técnico: Lionel Scaloni

Colômbia: Vargas; Santiago Arias, Cuesta, Sánchez, Mojica; Richard Ríos (Castaño), Lerma (Mateus Uribe); John Arias (Carrascal), James Rodríguez (Quintero), Luis Díaz (Borja); Córdoba (Borré). Técnico: Néstor Lorenzo


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