Em SP, familiares do fundador da Mancha assassinado depõem à polícia
SÃO PAULO — A família do fundador da torcida organizada Mancha Verde, Moacir Bianchi, assassinado com 22 tiros na semana passada, depôs na manhã desta segunda-feira no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, em São Paulo. Foram ouvidas as duas filhas, de 22 e 25 anos, e a ex-mulher de Bianchi. Elas estavam acompanhadas pelo advogado Jonas Marzagão.
— Estão em choque, para elas foi uma surpresa total, porque ele nunca reclamou de estar sendo ameaçado nem comentou sobre desavenças — afirmou Marzagão, ao GLOBO.
Segundo ele, as três estavam temorosas de depor, já que a principal linha de investigação indica que o crime pode estar relacionado à atuação de uma facção criminosa de São Paulo na agremiação, a principal organizada do Palmeiras. Por esse motivo, a identidade das três está sendo preservada. As investigações também seguem em sigilo.
De acordo com Marzagão, as filhas costumavam frequentar a quadra da escola Mancha Verde junto com Bianchi. Segundo a família, o fundador estava afastado do cotidiano da torcida organizada havia cerca de seis anos, mas não comentava com elas o motivo de seu afastamento.
Pouco antes de ser morto, Bianchi se envolveu em discussões sobre o comando da Mancha. O atual presidente da torcida, Nando Nigro, estaria aproximando a organização do crime organizado. Bianchi seria contrário a esse movimento. A escalada de tensão entre ambos e seus apoiadores ficou registrada em troca de mensagens em redes sociais. Após o assassinato de Bianchi, a Mancha soltou nota na qual anuncia o fim de sua atuação por tempo indeterminado.
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