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Falta de critério e 'Neymardependência': os 7 pecados de Dorival na seleção

Por Folha de São Paulo

27/03/2025 10h00 — em
Esportes


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SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O técnico Dorival Júnior está na berlinda após perder por 4 a 1 para a Argentina. A derrota escancara os problemas da seleção brasileira. Abaixo, o UOL traz sete pecados do trabalho de Dorival.

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1) Falta de convicção

Dorival sempre oscilou entre ter ou não um centroavante. O trabalho começa com falso 9, depois aparece a lamentação pela ausência de Pedro, as tentativas por Endrick, Igor Jesus, João Pedro e Matheus Cunha.

O técnico disse que a seleção "se preparava para Pedro" e, antes dessa última Data Fifa, afirmou que "montava um time para Neymar", que não atua pela seleção há 15 meses e acabou cortado por lesão muscular.

2) Neymardependência

Dorival não encontrou um substituto para Neymar. Nem em termos técnicos, tampouco no sentido de protagonismo. Nenhum jogador assumiu essa responsabilidade. Rodrygo, Vini e Raphinha, destaques nos seus clubes, são coadjuvantes na seleção.

Essa dependência fica escancarada quando o treinador prepara a seleção com Neymar como titular antes de saber da lesão na coxa do craque do Santos.

3) A Copa América "perdida"

Dorival teve um raro tempo de preparação para a Copa América e, em campo, não se viu a evolução esperada.

O Brasil passou mais de um mês treinando junto e insistiu na formação sem centroavante. Logo depois da eliminação nas quartas da competição para o Uruguai, o técnico passa a reclamar da falta de tempo e faz discurso sobre a importância de ter um camisa 9.

4) Sem soluções

Dorival pregou renovação, convocou caras novas a cada Data Fifa, mas não encontrou novos destaques. Nenhum atleta com menos experiência na seleção se firmou a ponto de ser titular absoluto.

Outros treinadores conseguiram alternativas autorais, como Raphinha para Tite. O meia-atacante estava no Leeds (Inglaterra) e era pouco falado.

5) Falta de repertório

Dorival alternou entre centroavante e falso 9, mas sempre teve três ou quatro atacantes. O técnico não testou um meio-campo mais povoado ou uma formação com três zagueiros. Isso ficou evidente quando o comandante colocou dois volantes contra cinco meio-campistas argentinos e foi dominado.

Com problemas nas laterais, o treinador abuusou da "tentativa e erro", testou vários e não achou um caminho. Vanderson e Wesley foram os laterais-direitos dessa vez, enquanto Guilherme Arana comprometeu na esquerda.

6) Legado

Dorival utilizou pouco os principais talentos jovens da seleção. O caso mais claro foi o de Endrick. Estevâo também é um exemplo.

Endrick começou como titular, mas perdeu espaço e deixou de ser convocado com a justificativa de ser reserva no Real Madrid. Pressionado, o técnico voltou a chamar o garoto, não o escalou contra a Colômbia e o colocou "na fogueira" quando a Argentina já vencia por com 3 a 1.

7) Falta de critério

As decisões de Dorival Júnior às vezes são difíceis de entender. Disse que o Endrick não seria convocado por causa da reserva no Real Madrid, mas convocou mesmo com o jovem ainda na suplência do clube espanhol. Falou que o Brasil precisava de centroavante e depois deixou de chamar um 9. Igor Jesus e Luiz Henrique foram de titulares a sequer lembrados. Revelou que priorizaria atletas do futebol brasileiro para substituir os cortados e levou três da Europa.


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