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Gabigol se despede do Flamengo aclamado, mas tem ano marcado por polêmicas

Por Folha de São Paulo

01/01/2025 8h30 — em
Esportes



RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - O 2024 de Gabigol foi o mais intenso da carreira do jogador em termos de acontecimentos. Pressionado pelo primeiro ano ruim com a camisa do Flamengo, o atacante entrou na reta final do contrato com o clube com bons presságios, mas viu a temporada virar um caos antes de fazer o que sabe melhor: decidir mais uma final de campeonato. No fim, se despediu dizendo ser "imortal" e prometeu que vai voltar.

Depois da despedida, Gabigol colocou o foco fora dos campos, especialmente na relação com a Mizuno, e foi ao Japão estreitar laços. Ao mesmo tempo, colocou no YouTube uma contagem regressiva que se encerrou à meia-noite, momento em que terminou o contrato com o Flamengo, para anunciar o novo destino. Antes disso, queria viver todos os últimos minutos ainda como jogador rubro-negro.

VOLTA POSITIVA E POUCO ESPAÇO

Depois de um ano sofrendo com lesões e sentindo dores, Gabigol aproveitou as férias de 2023 para 2024 para descansar e se curar. Retornou ao Ninho do Urubu em ótimas condições físicas, bom peso e com boas primeiras impressões. A torcida aguardava ansiosamente a virada de chave, que acabou nunca vindo. Pedro justificou ser o preferido de Tite e voltou voando para 2024.

No Carioca, o então camisa 10 marcou os dois gols exatamente nos dois jogos que foi titular. Nas partidas que saiu do banco, não teve tantos minutos. Na semifinal contra o Fluminense, sequer foi utilizado e logo em seguida veio a primeira pancada.

DOPING E APOIO

No dia 25 de março, Gabi recebeu do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) uma suspensão por dois anos por fraude do exame antidoping. Com um placar apertado, o jogador sequer poderia frequentar o Ninho do Urubu e ficaria fora de combate até abril de 2025.

Nas arquibancadas, muito apoio. Mesmo o caso evidenciando um momento de indisciplina do atacante, a torcida tomou o lado dele por entender que a punição havia sido muito rígida. Do dia 25 de fevereiro, quando entrou em campo por 11 minutos contra o Fluminense ainda pela Taça Guanabara, até 1º de maio, diante do Amazonas, quando foi acionado aos 20 minutos do segundo tempo, Gabigol ficou mais de dois meses sem pisar no campo. E isso, além do gosto do treinador, pesou ainda mais.

A RUPTURA

Entre o retorno ao gramado e a próxima polêmica se passaram apenas 15 dias. Foram cinco jogos, todos começando no banco de reservas, até Gabigol ter mais um problema. Em uma quinta-feira pós goleada contra o Bolívar no Maracanã, a foto de Gabriel com a camisa do Corinthians durante uma festa em casa vazou. E aí veio a maior ruptura entre jogador, clube e torcida.

Foram três dias até o atacante admitir que a foto era verdadeira. O caso gerou uma multa de 10% do salário e a perda da camisa 10. A torcida, que o apoiou durante todos os momentos, se revoltou. A diretoria, que já tinha dado para trás na proposta de renovação por cinco anos, bateu o martelo de que não havia mais espaço para um contrato longo.

A primeira volta ao Maracanã, pouco mais de 10 dias depois, foi com sentimento de indiferença. Mesmo que a relação tenha continuado intensa até o final, foi a quebra total para uma parcela dos rubro-negros que enxergaram o fim do ciclo como a melhor saída.

A DESPEDIDA

Em 21 jogos, Gabigol esteve em campo só 463 dos 1.890 minutos disputados pelo Flamengo. A relação com Tite ficou cada dia mais fria e o jogador entendeu que o treinador já não contava mais com ele. Foi nesse momento que o atacante começou a buscar alternativas. O Palmeiras chegou e ficou perto de tirar o maior ídolo da atual geração do rival, mas não conseguiu. O Fla bateu o pé sobre ter uma compensação financeira para liberar o camisa 99 antes do fim do contrato. Ninguém aceitou. O futuro seguiu aberto. Em junho, Gabigol recusou a oferta de um ano de renovação com o rubro-negro e a rixa ficou escancarada.

O fim se encaminhava para ser melancólico. Nem a lesão de Pedro em setembro mudou o cenário para Gabigol, que virou terceira opção atrás de Bruno Henrique e Carlinhos. O dia a dia ficava mais insustentável e a diretoria não mudou de ideia sobre a oferta, que seguiu na mesa. Mas a chegada de Filipe Luís mudou as coisas.

O antigo amigo deu o que Gabriel precisava: confiança. Titular desde o primeiro jogo do ex-lateral, o centroavante marcou três gols, dois deles na final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG. A pressão da torcida para uma renovação aumentou, mas Rodolfo Landim e seus pares mantiveram o pensamento. A contragosto do atual presidente, Gabigol recebeu uma festa de despedida. O mandatário cedeu à pressão.

Com direito a mosaico, xingamentos ao presidente e uma declaração alfinetando Landim, Gabriel disse adeus à torcida e ao Flamengo prometendo que voltará.


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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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