Juiz boliviano decreta prisão preventiva para 12 torcedores do Corinthians
Um juiz da cidade boliviana de Oruro decretou nesta sexta-feira a prisão preventiva dos 12 torcedores do Corinthians detidos desde quarta-feira após a morte de um torcedor de um jovem torcedor do San José, atingido por um sinalizador durante a partida entre as duas equipes válida pela Taça Libertadores.
"O juiz cautelar (Julio Huarachi) decretou a prisão preventiva dos 12 brasileiros encarcerado nas dependências da penitenciária pública da cidade", informou a promotora Abigail Saba, que acrescentou que dois foram indiciados por homicídio e os dez outros por cumplicidade.
Os torcedores foram transferidos nesta sexta-feira para a penitenciária de Oruro, chamada 'Cárcere San Pedro', que fica a 200 metros do estádio Jesús Bermúdez, onde foi realizada a partida de quarta-feira.
De acordo com a legislação boliviana, os dois acusados de homicídio correm o risco de ficar presos de 5 a 20 anos, enquanto a pena por cumplicidade é de no máximo cinco anos. Saba não identificou quais dos 12 torcedores foram indiciados por homicídio.
Saba ainda explicou que as investigações da polícia boliviana estabeleceram que o sinalizador foi disparado desde o setor reservado para a torcida do Corinthians em direção a outra arquibancada, na qual infelizmente se encontrava o jovem Kevin Beltrán, de 14 anos.
O incidente ocorreu pouco depois que o atacante do time paulista, o peruano Paolo Guerrero, marcou o primeiro gol da partida, que terminou no placar de 1 a 1.
Na quinta-feira, a Conmebol puniu o Corinthians ao decretar que as partidas que disputará como mandante na Libertadores terão que ser disputados de portões fechados, além de proibir a venda de ingressos à torcida do Timão para os jogos que disputará como visitante.
O clube emitiu nesta sexta-feira um comunicado no qual considera a medida "injusta" e diz que "esgotará todos os recursos possíveis para reformar a decisão imposta pela Conmebol", após decretar na véspera um luto de sete dias pela morte do torcedor.
A imprensa boliviana especula que o San José também pode ser punido por ser responsável pela segurança dentro do estádio.
A promotora Abigail Saba também informou que pediu uma investigação sobre a atuação da polícia local durante a partida, já que dispõe da informação, ainda não confirmada, de que os torcedores brasileiros "teriam entrado pelo portão utilizado pelos jogadores" do Corinthians.
"Queramo saber por que portão entraram, que autorizou eles a passar fora da entrada principal na qual a Polícia estava revistando os torcedores", acrescentou.
De acordo com as autoridades locais, "o sinalizador foi trazido desde o Brasil, não pode ser comprado em Oruro ou em qualquer outro lugar na Bolívia. Isso significa que eles burlaram os postos de controle da imigração".
O governo boliviano está preparando um decreto que proíba o uso de todo tipo de fogos de artifício em arenas esportivas.
No Brasil, a entrada em estádios com este tipo de artefato é proibida pelo Estatuto do Torcedor.
No entanto, os torcedores continuam levando sinalizadores com frequência nos estádios, como aconteceu por exemplo na final da última edição da Taça Libertadores, entre Corinthians e Boca Juniors, em junho do ano passado.
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