Ponte Preta e Guarani levam rivalidade para a Série C
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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Avenida Ayrton Senna da Silva une o estádio Brinco de Ouro da Princesa, do Guarani, ao Moisés Lucarelli, da Ponte. A pequena distância de 1,5 km separa mundos diferentes. A admiração pelo piloto que dá nome à avenida talvez seja o único ponto em comum entre os torcedores dos times de Campinas.

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A rivalidade enorme vem desde 1911, quando o Guarani foi fundado -a Ponte, time mais antigo do estado, é de 1900- e será gritada este ano na Série C. Em 2024, ambos foram rebaixados da Série B, em um momento de enorme baixa para o futebol de Campinas, que teve os dois clubes disputando títulos nos anos 79 e 80. O Guarani foi campeão brasileiro em 1978.
João Brigatti, coordenador técnico da Ponte, e Rômulo Amaro, presidente do Guarani, garantem que a reconstrução já começou no Campeonato Paulista. "A gente fez 22 pontos e ficou um atrás do Palmeiras, que disputou o título", diz Brigatti. "Fizemos um Campeonato Paulista sem sustos e ficamos fora da segunda fase por um detalhe", afirma Amaro. Na verdade, faltaram quatro pontos.
A luta é para subir, claro. O discurso é que muda. Brigatti é mais incisivo: "A Ponte é o time a ser batido este ano. Aqui, a pressão é muito maior do que no Guarani, e nós estamos preparados. O que não pode achar é que camisa ganha jogo. Nosso lema aqui é vergonha na cara, trabalho duro e pé no chão".
O presidente Amaro é mais comedido. "O nosso foco principal é o acesso. Estamos em um ano de reconstrução e temos trabalhado 24 horas por dia para tirar o Guarani dessa situação. Com muita responsabilidade, mantendo as contas em dia e proporcionando tudo o que está ao nosso alcance para o elenco e a comissão técnica. Fizemos uma boa intertemporada em Águas de Lindoia, temos um estafe qualificado e um DM moderno. Estamos buscando recursos e nossas expectativas são positivas para o acesso".
Há informações de que a Ponte terá a maior folha salarial da Série C -em torno de R$ 1,5 milhão-, mas Brigatti não confirma. A do Guarani seria próxima de R$ 800 mil. O presidente Amaro não cravou, mas diz que houve uma redução em relação ao Campeonato Paulista. "Houve queda de orçamento e reduzimos nossa folha. Não abrimos mão da responsabilidade financeira".
Ponte e Guarani, após a queda na Série B, contrataram novos treinadores e estão muito confiantes nas escolhas. Para o lado preto e branco, Alberto Valentim -que também foi rebaixado- chegou. Ele dirigia o Ituano, mas venceu a Ponte duas vezes e impressionou o presidente Marcos Antônio Erbelin com seu estilo de muita marcação. A partir daí, foi feita a reformulação.
"Optamos por jogadores experientes, com força física e saúde. Confio muito no goleiro Diogo, no lateral Maguinho, no zagueiro Saimon, no meia Elvis... Temos ainda Victor Andrade, formado no Santos, Toró, que era da base do São Paulo, e o nosso centroavante Jeh, que está recuperado. É um grupo bem forte".
Rômulo Amaro não citou nomes. Aposta no conjunto. "Depois da queda, trouxemos o Maurício Souza e reformulamos 90% do elenco, com jogadores que se adaptassem ao perfil do treinador. Confio bastante na força desse elenco. Os jogadores têm qualidade e motivação para defender o Guarani. Isso é fundamental. Acompanho os treinamentos e estou contente com o que tenho visto. O Maurício é um técnico moderno, com boa visão de jogo. Acredito que o coletivo vai fazer a diferença a nosso favor".
O Guarani estreia domingo, dia 13, em casa. Vai receber o Maringá, vice-campeão paranaense e que está na terceira fase da Copa do Brasil. O time-base é: Andrey; Lucas Justen, Raphael Rodrigues, Lucas Rafael e Emerson Barbosa; Nathan Camargo, Anderson Leite e Isaque; Rafael Bilu, João Vitor e Samuel.
A Ponte estreia no sábado. Visita o Figueirense em Florianópolis. O time-base para o campeonato é: Diogo Silva; Saimon, Emerson e Artur; Maguinho, Leo Oliveira, Lucas Cândido, Elvis e Danilo Barcelos; Éverton Brito e Jean Dias.
A Série C reúne 20 clubes. A primeira fase tem turno único, com todos se enfrentando. Cada time faz 19 jogos. Os quatro últimos são rebaixados. Os oito mais bem colocados avançam para a segunda fase, que é dividida em dois grupos de quatro. Jogam dentro do grupo em dois turnos; seis jogos cada um. Dois de cada grupo sobem para a Série B.

ASSUNTOS: Esportes