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Rodrigo Pessoa vê cavalo arisco em final encurtada depois de duas faltas

Por Folha de São Paulo

06/08/2024 9h00 — em
Esportes



VERSALHES, FRANÇA (FOLHAPRESS) - Durou pouco a tentativa de Rodrigo Pessoa de buscar uma medalha na decisão individual da prova de saltos do hipismo nos Jogos Olímpicos de Paris. Após duas faltas ainda no início do percurso montado nos jardins do palácio de Versalhes, o brasileiro decidiu poupar o cavalo Major Tom e abandonou a disputa.

"Eu queria começar em um ritmo bom, saltar com facilidade e dar confiança [ao animal] para o resto da pista", afirmou o brasileiro de 51 anos, que lamentou a falha cometida pelo conjunto logo no segundo obstáculo. "É uma falta que não é característica dele. Ele raramente ou quase nunca faz essa falta."

De acordo com Pessoa, o erro logo de cara acabou por tornar a sequência do trajeto muito complicado. O cavaleiro se referiu ao cavalo como "respeitoso", o que significa que ele evita a todo custo tocar um obstáculo e sente o baque quando o faz. Nova falta, em um obstáculo duplo, foi o fim da linha, após cerca de 30 segundos de apresentação.

"Depois da primeira falta, ele ficou muito cuidadoso, cuidadoso demais, porque é um cavalo muito respeitoso, e uma falta assim o deixa muito arisco. No duplo, ele se esforçou muito, e não tinha mais por que continuar, com oito pontos [de penalização, o que tornava inviável a luta por medalha], não fazia sentido nenhum o cavalo ter um esforço grande para nada", disse Pessoa.

Terminou assim a oitava edição olímpica de Rodrigo, recordista entre os atletas brasileiros. Dono de três medalhas nos Jogos, ele considerou a participação "semipositiva". Ele lamentou particularmente a desclassificação do Brasil na disputa por equipes, por causa do ferimento de um cavalo.

Pedro Vennis completou o percurso sem faltas, porém uma inspeção veterinária em Nimrod de Muze detectou um sangramento provocado por espora. Por regulamento, ferimentos causados nos animais durante o trajeto são motivo de eliminação, e o time do Brasil ficou fora de uma decisão na qual tinha chances.

"A gente tinha uma equipe muito boa para fazer medalha, com os melhores conjuntos realmente. Infelizmente, o acidente nos tirou essa possibilidade. Mas é assim, competição é assim. É uma pena, porque era uma equipe muito boa", disse Pessoa, decepcionado também com o desempenho na final individual dos saltos.

"Conseguimos nos classificar bem, o cavalo saltou muito bem ontem [segunda]. A expectativa para hoje [terça] era boa, todos os sinais estavam verdes, mas os cavalos são superdelicados, são alguns centímetros que mudam se você faz a falta ou não. De qualquer maneira, como eu falei, competição é assim, é a mesma coisa para todo o mundo", acrescentou.

Rodrigo preferiu não falar profundamente sobre a possibilidade de disputar o que seria sua nona edição olímpica, em Los Angeles, em 2028, quando terá 55 anos. Ele já tem vasto currículo nos Jogos, com duas medalhas de bronze por equipes (Atlanta-1996 e Sydney-2000) e um ouro individual (Atenas-2004).

Em Sydney, na disputa individual, era apontado como o grande favorito, mas perdeu a disputa com refugos em sequência de outro cavalo que se mostrou arisco, Baloubet du Rouet. Em Atenas, porém, mostrou bom entendimento com o animal e triunfou –a prata se tornou ouro com a desclassificação do irlandês Cian O’Connor, punido pelo doping do cavalo Waterford Crystal.


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