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Ucranianos e russos se evitam em pódios paralímpicos

Por Folha de São Paulo

02/09/2024 17h30 — em
Esportes



NANTERRE E SAINT-DENIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) - A final dos 100 m rasos T35 (deficiência moderada nos membros inferiores) dos Jogos Paralímpicos, realizada nesta segunda-feira (2), no Stade de France, teve um pódio diplomaticamente complicado: ouro para a Ucrânia, prata e bronze para a Rússia.

Ihor Tsvietov ouviu o hino da Ucrânia ladeado pelos russos Artem Kalashian (prata) e Dmitrii Safronov (bronze). A bandeira ucraniana foi hasteada entre duas bandeiras brancas com a inscrição "NPA", a sigla em inglês para "Atletas Paralímpicos Neutros".

Ucraniano e russos não se cumprimentaram, não posaram para a tradicional foto com as medalhas e mal se olharam. Os russos passaram direto pela área de entrevistas, e o ucraniano, abordado pela reportagem, pediu para não falar.

Um pouco distante dali, novo estranhamento no pódio. Na Arena La Défense, casa da natação, a prova dos 50 m livre da categoria S13 (para nadadores com deficiência visual menos severa) foi vencida pelo belarusso Ihar Boki. Em segundo, ficou o ucraniano Illia Yaremenko, seguido pelo compatriota Oleksii Virchenko.

Novamente, nada de cumprimentos ou fotos com o campeão.

Em 2022, tropas russas invadiram a Ucrânia, com a conivência de Belarus, dando início a um confronto que ainda não acabou.

Se nos Jogos Olímpicos os três países tiveram desempenho discreto, Rússia e Ucrânia são potências paralímpicas, tornando os encontros quase inevitáveis e gerando algum constrangimento.

Boki subiu ao pódio com um agasalho meio lilás e parecia ter saído de um dia de treinos na academia. Ele não pode usar as cores do país, assim como os russos --que usavam um agasalho verde no Stade de France. Os ucranianos, por sua vez, trajavam uma blusa amarela que, às costas, tinha o desenho do mapa do país.

Depois do hino da competição (nada de hino para Belarus), Yaremenko atravessou o pódio sem olhar para Boki e posou para fotos apenas ao lado de Virchenko.

Faltando seis dias para o fim da competição, esses encontros podem se repetir.


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