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O fim está próximo: 'Game of thrones' reestreia neste domingo

Por Portal Do Holanda

16/07/2017 7h08 — em
Famosos & TV


Foto: Reprodução

LONDRES — Sansa Stark é uma síntese de “Game of thrones”, a mais bem-sucedida série da história da HBO. A nobre de cabelos vermelhos vivida pela britânica Sophie Turner teve parentes decapitados, foi prisioneira de um rei louco, enfrentou banhos de sangue, tortura nas mãos de um sádico e a destruição de seu reino. Os fãs gostariam de acreditar que está chegando a hora de Lady Sansa ser feliz, mas sabem que em “Game of thrones” (“GoT”) tudo sempre pode piorar. A sétima e penúltima temporada da fantasia épica baseada nos livros de George R. R. Martin tem estreia mundial hoje (às 22h no Brasil). Com base nos trailers — que como tudo relacionado à série hipnotizou milhões de pessoas —, sabemos que o inverno chegou a Westeros, que os dragões estão ainda maiores e que uma guerra final está para ser travada. A felicidade é pouco provável.

Ao contrário de muitos atores que passam anos no set vivendo um mesmo personagem e se dizem prontos para virar a página, Sophie, intérprete de Sansa desde os 14 anos, confessa estar sofrendo com a proximidade do fim da saga. A atriz, hoje com 21 anos, cresceu junto à herdeira dos Stark, uma das sete casas que disputam o comando dos Sete Reinos na multimilionária série produzida por David Benioff e D.B. Weiss. Quando a trama começou, Sansa era uma menina romântica. O sofrimento fez dela uma líder realista com sede de vingança, à medida que “GoT” se transformava numa febre pop, discutida no mundo todo, via mídias sociais, com fervor religioso.

— Seria maravilhoso se ainda tivéssemos pela frente outras cinco ou seis temporadas, mas o fim está perto, e isso é assustador. Comecei a me despedir de Sansa desde o início da sexta temporada, mas é duro. É como se fosse uma morte na família — disse a atriz, em Londres, onde participou de uma rodada de entrevistas com outros membros do elenco. — Quando estou interpretando Sansa, me sinto mais poderosa, como se fosse uma versão elevada de mim mesma. Sentirei falta desse sentimento — admitiu, evitando como uma guerreira qualquer pergunta sobre o destino da personagem.

Definir “Game of thrones” é tarefa ingrata. A história é uma mistura de gêneros, numa era indefinida, com ritmo de videogame, personagens complexos e árvores genealógicas labirínticas. Intriga política, violência, sexo, romance e mitologia são amarrados por reviravoltas alucinantes, mortes chocantes, batalhas medievais cinematográficas e controvérsias (estupro, infanticídio, incesto, entre outros temas). Quem não acompanha a trama corre o sério risco de ficar sem assunto com os amigos, filhos, pais. A produção recordista de Emmys (foram 38 prêmios desde a estreia, em 2011) é um fenômeno de popularidade, que deve ser seguido como um jogo. O tema central está aberto a interpretações, permitindo que o público vibre com especulações e teorias fantásticas.

— Para mim a série sempre foi sobre a natureza do poder, sobre a capacidade do poder de corromper até os bons — resume o irlandês Liam Cunningham, intérprete do pragmático sir Davos Seaworth, uma das muitas estrelas europeias escaladas pelo canal a cabo.

A nova temporada será mais curta que o habitual: sete episódios em vez dos tradicionais dez. As gravações aconteceram em lugares gelados como Islândia e Irlanda, onde heróis e vilões — se é que é possível distingui-los assim tão facilmente em “GoT” — marcham rumo à batalha pelo Trono de Ferro. O segredo aumenta a mística em torno da produção. Os atores só recebem o roteiro às vésperas do início das gravações e sabem muito pouco sobre o que se passa nos outros núcleos.

SPOILERS A PARTIR DAQUI

A última temporada desvendou um dos maiores mistérios da trama: Jon Snow (Kit Harrington) não é o filho bastardo de Ned Stark, que teve a cabeça decepada na primeira temporada. O abnegado Snow é filho da irmã de Ned com Rhaegar Targaryen, filho do Rei Louco, e, portanto, um herdeiro em potencial do trono. Mas nada garante que vá chegar lá, pois no seu caminho estão a rainha Cersei (Lena Headey) e a mãe dos dragões, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), isso sem falar nos Caminhantes Brancos.

Para o elenco, a maior de todas as angústias é saber quanto tempo seu personagem continuará vivo. O inglês John Bradley, que vive Samwell Tarly, o bondoso melhor amigo de Snow, nunca acreditou que fosse durar tanto tempo.

— Sam deveria ser um dos primeiros eliminados, mas trata-se de uma série que matou seu herói (Ned Stark) na primeira temporada. Foi uma quebra de convenções. O fato de Sam estar vivo é mais uma ruptura. É como na vida: você não pode prever quem terá sorte ou não — avalia o ator.

Personagens como Sam são coadjuvantes numa temporada, mas ganham destaque em outras. Quem desaparece tem chances de voltar, enquanto quem parecia um vilão irrecuperável também pode ganhar contornos humanos, bagunçando as certezas do público. A feiticeira Melisandre, papel da holandesa Carice Van Houten, é uma fanática que queima rivais na fogueira, mas se transforma numa mulher fragilizada quando percebe que aquilo que via como vontade divina só traz derrotas. Literalmente, se despe de seus poderes diante do espelho.

— Como atriz, gosto de explorar meus podres, questões, medos. Durante muito tempo fiz essa personagem como uma mulher segura e cheia de fé e isso não foi fácil, é muito distante de quem eu sou. Minha cena preferida é quando ela entende que perdeu a batalha — revela Carice.

Os atores garantem que o público não perderá com uma temporada mais curta.

— Estou preocupada — admite Sophie, quando perguntada sobre o que espera para Sansa. — Acho que ela já chegou ao ápice e daqui para a frente só resta a queda. Talvez ela morra. Talvez não — brinca, alimentando o suspense que fez de “Game of Thrones” um marco na história da TV.


 

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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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