EUA saem da Unesco às vésperas de eleições na agência da ONU
PARIS - A decisão dos Estados Unidos de sair da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) a partir de 31 de dezembro deste ano foi anunciada em um período delicado para a agência da ONU. A entidade vota para escolher um novo diretor esta semana, em uma eleição marcada pelos problemas de financiamento e as divisões no órgão sobre a associação palestina. Qatar e Egito trocam provocações na disputa pelo cargo de diretor-geral, para substituir a búlgara Irina Bokova.
A liderança do candidato qatari, Adulaziz al-Kawari, é vista pelos EUA e Israel como um fracasso nos esforços para garantir o cargo a alguém que consideram mais amigável. Esta semana, o embaixador de Israel na Unesco descreveu a trajetória da votação em urnas secretas como "má notícia para a organização e, infelizmente, também para Israel".
Alguns diplomatas consideraram que a votação para incluir a Palestina era evidência do viés anti-Israel enraizado dentro das Nações Unidas, onde Israel e seus aliados estão muito abaixo dos votos dos países árabes e seus partidários.
A Unesco é mais conhecida por seu programa de Patrimônio Mundial para proteger lugares e tradições culturais em todo o mundo, como a antiga cidade síria de Palmira e o Parque Nacional do Grand Canyon, nos EUA. A agência também trabalha para melhorar a educação das crianças em países extremamente pobres e no campo científico, para promover uma melhor compreensão dos horrores do Holocausto e para defender a liberdade dos meios de comunicação, entre outras atividades.
SAÍDA AMERICANA ESPERADA
O governo do presidente Donald Trump estava se preparando para uma possível retirada há meses, e esperava uma decisão antes do fim do ano, segundo funcionários americanos. Vários representantes diplomáticos que seriam enviados à missão na agência este ano foram informados que seus postos estavam suspensos e aconselhados a buscar outras vagas.
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