Atriz Juliana Lohmann revela ter sido estuprada por diretor famoso
A atriz Juliana Lohmann revelou nas redes sociais ter sido estuprada por um diretor aos 18 anos. Ela já atuou em novelas da Record e da Globo como “Malhação” e “I Love Paraisópolis”.
Em entrevista à revista Claudia, Juliana contou que hoje, aos 30 anos, enxerga que não foi culpada pelo estupro. A atriz não deu o nome do agressor, mas disse ser um diretor famoso do cinema.
“Ele me ligou e me chamou diretamente. Era em São Paulo e eu sou do Rio de Janeiro. Perguntei se podia levar minha mãe. Não, ele não poderia pagar mais uma passagem. Pediu desculpas. Fui mesmo assim. Era a primeira vez que viajava sozinha, me senti uma desbravadora de novos horizontes”, lembrou.
Ela contou que o agressor sugeriu que o encontro fosse em um hotel. Os dois passaram o texto e depois ele sugeriu que ela fumasse maconha. “Ele concluiu que a personagem exigia 'mais loucura'. Fiquei reticente, mas acabei aceitando. Dizer não para um diretor não é algo que uma atriz de dezoito anos sabe exatamente fazer. Um trago foi o suficiente pra que eu ficasse completamente chapada. Em determinado momento, percebi que o contato que ele fazia comigo excedia o profissional”, disse.
Juliana disse que depois disso ele tentou beijá-la, que ela negou, e ele disse que estava encantado por ela. Depois a imobilizou e disse que se ela gritasse ninguém a ouviria. “Pensei em gritar mesmo assim, mas, se alguém escutasse e fosse me socorrer, seria um escândalo. Todos iriam saber que eu estava ali, com aquele homem casado e famoso em seu apart hotel. O que eu tinha ido fazer lá? Eu tinha me colocado naquela situação. Tinha aceitado viajar sem minha mãe, tinha fumado maconha com essa pessoa. Eu tinha provocado”, contou.
Juliana disse ainda precisou insistir para que ele ao menos usasse camisinha. “De trás do quadro ele retirou um saco plástico com alguns preservativos. Aquilo me deu a sensação de que eu não era a única pela qual ele 'tinha se encantado’. Colocou a proteção, mas retirou logo em seguida, ejaculando dentro de mim”, lembrou afirmando que ele ainda pediu para que ela dormisse com ele.
No dia seguinte, ela voltou a ser estuprada e ouviu do agressor que ele “queria mais” e que ela era “uma delícia”. “No dia seguinte, de manhã, fui acordada por seu membro invadindo minha vagina. Lembro de ficar na mesma posição, deitada de lado, e apenas enfiar meu rosto no travesseiro pra que ele não percebesse as lágrimas que caíam sem controle. Ele ejaculou dentro, de novo”.
Depois dos estupros, o diretor disse que o teste de elenco não aconteceria por falta de disponibilidade dos produtores. “Faz muito pouco tempo que tive a certeza de que de fato nunca houve teste nenhum a ser feito em São Paulo. Eu passei doze anos, quase metade da minha vida até aqui, na dúvida. Eu me questionei se realmente eu não quis, me questionei se de fato não foi premeditado o interesse dele por mim, se realmente não havia o teste que, por um 'infortúnio', foi cancelado”, lembrou.
Atualmente com 30 anos, Juliana lamenta não ter entendimento na época para saber que o que viveu foi um estupro. “Eu não consegui prestar queixa na época. Quando finalmente elaborei os acontecimentos vividos, soube que os crimes, para a justiça, já haviam prescrito. Perdi meu direito de ter direitos sobre minhas dores. Talvez, se eu tivesse lido um relato como esse, pudesse ter compreendido melhor a situação e eles não estariam impunes”.
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