Com demência e sem falar, Maurício Kubrusly chegou a considerar eutanásia
Beatriz Goulart, esposa de Maurício Kubrusly, revelou que o marido chegou a considerar a possibilidade de eutanásia após ser diagnosticado com demência fronto-temporal, uma condição sem cura.
Em entrevista À Veja, Beatriz contou que a morte passou a ser um tema recorrente na vida do casal devido à gravidade da doença. "Maurício mencionou seguir o mesmo caminho do escritor Antonio Cicero [que optou pela eutanásia]. 'Não tenho mais o que fazer aqui', ele disse certa vez. Convenci-o a desistir da ideia. Não quero ficar viúva, mas estou me preparando para o dia em que ele esquecerá meu nome", relatou.
A esposa do jornalista destacou que ele sempre foi um leitor assíduo e que os primeiros sinais da doença apareceram quando perdeu a capacidade de ler um jornal. Com o tempo, os lapsos de memória evoluíram para algo mais grave. "Maurício parou de usar o celular porque mandava mensagens e fotos para as pessoas erradas. Há menos de um mês, perdeu a fala. É do que mais sinto falta: compartilhar com ele suas descobertas do mundo", afirmou.
O casal, que viveu quase 20 anos em casas separadas, passou a morar junto durante a pandemia, a pedido dele. Ele percebeu as mudanças em sua saúde e sugeriu a mudança. "No meio da pandemia, ele disse: 'É hora de morarmos juntos. Estou esquecendo as coisas'. Foi um gesto consciente e significativo", disse Beatriz.
A trajetória do jornalista é retratada no documentário Kubrusly: Mistério Sempre Há de Pintar por Aí, disponível no Globoplay.
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