O diretor norte-americano James Toback, de 80 anos, foi condenado a pagar US$ 1,68 bilhão (aproximadamente R$ 10 bilhões) em indenizações por agressões sexuais contra 40 mulheres. A decisão, anunciada em Nova York na quarta-feira (9), representa uma das maiores indenizações já fixadas em casos de agressão sexual no estado.

As acusações contra Toback vieram à tona em 2017, durante o movimento #MeToo, quando o Los Angeles Times publicou relatos de 38 mulheres. Ao longo de quatro décadas, o diretor usou sua posição na indústria cinematográfica para agredir sexualmente mulheres, com promessas de carreira no cinema.

As acusações revelaram um padrão de comportamento predatório, com o diretor abordando mulheres nas ruas de Nova York e praticando abusos em diversos locais.

Durante o julgamento de sete dias, 20 mulheres prestaram depoimento presencialmente, enquanto outras 20 tiveram seus relatos exibidos em vídeo. O júri determinou o pagamento de US$ 280 milhões em danos compensatórios e US$ 1,4 bilhão em danos punitivos. Toback, que não compareceu às audiências, foi condenado por revelia.

Os advogados das vítimas celebraram a decisão, destacando a importância de dar voz às sobreviventes. Mary Monahan, principal autora da ação, afirmou que o veredito representa uma validação e um marco na luta contra o assédio sexual. Outra vítima, Karen Sklaire Watson, ressaltou que a decisão envia uma mensagem clara de que predadores não podem mais se esconder atrás da fama ou do poder.

Toback é conhecido por roteiros como Bugsy (1991) e filmes como O Rei da Paquera (1987) e Uma Paixão Para Duas (1997).