Com a exposição do Big Brother Brasil, todos já sabem que Gleici passou por maus bocados durante sua infância e adolescência, até chegar onde está, com R$ 1.5 milhão na conta.

Mas pela primeira vez após o confinamento, a campeã do BBB18 falou sobre a sua história de luta em entrevista ao jornal Extra neste domingo (29).

Trabalhando desde os 12 anos, ela foi babá, atendente em uma financeira e teve dois cargos comissionados no Governo do estado. O último, ganhando R$ 1.3 mil líquidos, para pagar sua faculdade e sustentar toda a família, já que a mãe estava com câncer e precisou parar de trabalhar.

Sempre com foco nos estudos para melhorar de vida, Gleici precisava caminhar por mais de uma hora no sol quente e passando fome para chegar na escola:  “Chegava a ter alucinações na sala de aula de fome. Às vezes, o pouco que tinha em casa, eu preferia deixar para os meus irmãos (Agleuson, de 24 anos, e Gleiciely, de 19)”.

Com o prêmio Gleici quer construir casas para seus avós e também investir na educação da sua sobrinha, de 3 anos, para que ela não passe por nenhuma dificuldade. Ela também pensa em alugar uma casa para morar com a sua família.  "Com um quarto só pra mim, que sempre foi o meu sonho", diz ela, que até antes do BBB, dormia na sala com o irmão.

Ao lembrar da morte do pai, Gleici chora.  "Quando ele se separou da minha mãe [Gleici aos 7 anos], começou a entrar numa vida totalmente errada de álcool e drogas. Ele foi assassinado dentro de casa na frente da esposa e da filha por uma adolescente de 16 anos. Era uma pessoa que eu gostaria de ajudar, mas não está mais aqui".

Conhecida também por sua militância, Gleici descarta ter carreira  política por enquanto, mas quer usar a fama para influenciar mais pessoas positivamente: "Acredito que é possível a gente fazer a nossa parte e acreditar que um dia vai conseguir mudar. Sei que é uma utopia, mas eu prefiro ser assim e ter isso para viver", diz. "Ser candidata é uma responsabilidade muito grande, primeiro eu tenho que me formar".