Uma comerciante registrou uma queixa contra o médico Wagner de Moraes, que realizou um procedimento estético na modelo Raquel Santos, de 28 anos, antes da jovem morrer na última segunda-feira.

Segundo o delegado Mário Lamblet, da 79ª DP (Jurujuba), que investiga a morte da modelo. A mulher afirma que se submeteu a uma operação no queixo com o médico, em fevereiro do ano passado, e alega que o resultado foi uma “deformidade”.  

"Ela diz que ficou deprimida por causa disso e só resolveu denunciar agora. A gente vai verificar se existe algum evento criminal nesse fato”, disse. O delegado afirmou que um procedimento apuratório será instaurado para a investigação.  Em depoimento nesta quinta-feira, 14, o médico admitiu que não é integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), e explicou que o lugar onde realizou o atendimento não é uma clínica, mas sim um consultório, onde segundo ele, é possível a realização de pequenos procedimentos estéticos, como foi o caso de Raquel Santos.

O delegado irá verificar com os órgãos competentes se havia a necessidade de o médico ser integrante da SBCP para atuar como cirurgião plástico. O objetivo da colheita dos depoimentos é saber qual foi o local onde a modelo morreu e quais seriam as causas da morte.

O que se sabe até o momento é que Raquel começou a sentir falta de ar ainda na clínica de Wagner, após fazer um preenchimento de bigode chinês, que no caso do médico, utilizou a 1ml de metacrilato em cada lado da boca com uma seringa.

O viúvo de Raquel relata que nos primeiros momentos em que ela passou mal, o médico se ausentou e as enfermeiras teriam dito que estava tudo normal. Quando o estado de saúde da modelo se agravou, Wagner orientou que ela fosse levada a um hospital. Gilberto a levou em um carro, e o médico acompanhou em outro veículo.

 O médico alega que a modelo havia ocultado o fato que era fumante, que usava anabolizantes e que havia feito outras cirurgias estéticas.



"O médico nos trouxe um documento que segundo ele teria sido preenchido pela modelo, no qual ela informava que nunca tinha feito cirurgias plásticas, nem utilizava medicamentos ou estimulantes de uso veterinário”, disse o delegado.

De acordo com o jornal Extra, o médico e a clínica que leva seu nome colecionam processos judiciais. Em consulta ao site do Tribunal de Justiça do Rio, ao menos 51 ações, cíveis e criminais, têm um dos dois como réu. 

Em nota, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) pede que o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro e o Conselho Federal de Medicina investiguem o caso e ressalta que Wagner nunca foi titulado para atuar como cirurgião plástico.