Pesquisadores vão investigar morte de macacos no Amazonas
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) enviou, na última sexta-feira (17), a equipe técnica formada por veterinários para, em conjunto com equipes locais do município de Novo Aripuanã, distante 227 km da capital amazonense, investigar possível epizootia, que é uma epidemia entre macacos de diferentes espécies, cujas carcaças foram encontrados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do município, em área distante e de difícil acesso. A possível epidemia pode estar associada à febre amarela ou raiva, dentre outras doenças que afetam esses animais.
Segundo o diretor-presidente da FVS-AM, Bernardino Albuquerque, a morte de primatas é um indicador de alerta para a circulação de febre amarela. "Seguimos o protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde, que prevê a coleta de material biológico dos animais para realização dos exames necessários, além da, intensificação da imunização, com dose de reforço para os indivíduos considerados vulneráveis ao evento”, explica.
Albuquerque salienta que nenhum indivíduo do município apresentou sintomas da doença. "O município notificou em tempo oportuno à FVS e, com isso, acreditamos que a equipe da Fundação conseguirá fazer a investigação epidemiológica e ambiental mais completa possível para identificar as causas dessas mortes de animais no município", disse.
Febre amarela silvestre
A FVS esclarece que a febre amarela silvestre é endêmica no estado do Amazonas, onde o ciclo ocorre naturalmente em áreas de floresta, entre primatas não humanos (todas as espécies de macacos). Os últimos casos da doença em humanos foram registrados em 2016, sendo 1 em Manacapuru e 1 em Itapiranga.
Na área rural de Manaus há mais de 10 anos não há registro da doença. Como medida de prevenção a FVS-AM iniciou imediatamente a intensificação vacinal contra febre amarela no município.
Prevenção
A vacina é única forma efetiva de prevenção contra a febre amarela e é obrigatória em áreas endêmicas. Devem ser vacinadas crianças de 9 meses a 1ª dose e 1ª dose de reforço aos 4 anos de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação devem tomar a primeira dose da vacina e 1ª dose de reforço, 10 anos após a administração dessa dose.
Pessoas que já receberam 2ª doses da vacina são considerados vacinados e não necessitam de nenhuma dose. Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação deverão consultar um médico. A vacina está disponível em todas as unidades de saúde do Amazonas.
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