Líder do PCC morto em SP é suspeito de participar de assassinato de Gegê do Mangue
Fortaleza – O suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Baixada Santista, Wagner Ferreira da Silva, o "Cabelo Duro", que foi assassinado nessa quinta-feira, 22, em São Paulo, era suspeito de participar dos assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o "Gegê do Mangue", e Fabiano Alves de Souza, o "Paca". A Justiça do Ceará havia expedido mandado de prisão temporária contra ele e outras cinco pessoas.
As outras pessoas suspeitas são Francisco Cavalcante Cidro Filho, José Cavalcante Cidro, Samara Pinheiro de Carvalho, Magna Ene de Freitas e Felipe Ramos Morais. Este último é apontado como o piloto do helicóptero que levou Gegê e Paca para serem mortos em Lagoa Encantada, na reserva indígena Jenipapo Kanindé, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza.
A juíza da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz afirma, na decisão, tratar-se de "representação por prisão temporária, postulado pela autoridade policial da Delegacia de Representação às Ações Criminosas, com objetivo de elucidar as circunstâncias em que ocorreu o duplo homicídio”.
“Cabelo Duro” estava citado em bilhete apreendido pela Polícia no domingo, 18, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Ele foi morto na noite dessa quinta, com tiros de fuzil, na frente do Blue Tree Towers, na zona leste de São Paulo.
O bilhete, apreendido por agentes penitenciários com o parente de um preso, indica que Marcola, chefe do PCC, mandou matar Gegê e Paca, acusados de roubar R$ 20 milhões da organização criminosa e comprar imóveis no Ceará e fazendas na Bolívia. Segundo o bilhete, a operação para matar os dois foi organizada por Gilberto Aparecido dos Santos, o "Fuminho". Hoje sócio de Marcola, ele era o gerente dos negócios do líder do PCC no Paraguai.
Wagner é citado duas vezes no bilhete: "Ontem, fomos chamados em umas ideias, aonde nosso irmão Cabelo Duro deixou ‘nois’ ciente que o Fuminho mandou matar o GG e o Paka. Inclusive o irmão Cabelo Duro e mais alguns irmãos são prova que os irmãos estavam roubando (sic)”. Ele foi assassinado horas depois de o bilhete ser divulgado.
O piloto Felipe Ramos Morais já é conhecido pela Polícia do Ceará. Em 2014, foi condenado à prisão por tráfico internacional de drogas e associação ao tráfico depois de ser preso, em 2012, com um grupo que transportava 174,8 quilos de pasta-base de cocaína vinda da Bolívia. A droga estava dentro de seis sacos de ráfia. Um dos réus disse, na época, que Felipe e outros dois pilotos presos com ele receberiam R$ 700,00 por quilo transportado.
'Cabelo Duro' havia se hospedado duas vezes no hotel em 2017
Segundo informações da Polícia Civil, Wagner Ferreira da Silva havia se hospedado duas vezes no ano passado no Hotel Blue Tree Towers, onde foi morto na noite dessa quinta-feira, 22. Uma funcionária do hotel relatou aos policiais que Cabelo Duro não estava hospedado no dia da execução, mas uma consulta por seu CPF confirmou que ele havia ficado alojado lá em agosto e em dezembro de 2017. Nas duas ocasiões, a hospedagem durou um dia e foi feita sem reservas.
A Perícia encontrou no local 31 cápsulas de fuzil, calibres 5.56 e 7.62. Após os disparos, a vítima ficou caída de barriga para baixo e teve o crânio esfacelado. Na hora do crime, Cabelo Duro portava documentos, seis celulares e R$ 4.930, que foram apreendidos pela polícia.
Uma hóspede que estava na entrada do hotel também foi baleada, assim como uma amiga dela, que não estava hospedada. As vítimas, de 28 e 59 anos, não correm risco de morte, segundo a assessoria do hotel.
Acompanhadas de familiares, elas iriam sair juntas na hora do crime. Uma foi atingida por um tiro de fuzil na perna e encaminhada ao Hospital Vitória. A outra, atingida na mão e na região do tórax, foi socorrida ao Hospital São Luiz.
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