Repórter do "Le Monde" admite construir frase polêmica atribuída a técnico francês
O repórter Anthony Hernandez, do jornal francês Le Monde, admitiu que a polêmica declaração sobre candomblé atribuída a Philippe d’Encausse, treinador de Renaud Lavillenie, em seu texto, foi uma construção feita por ele mesmo.
Em uma licença literária, o repórter apontou no texto que o técnico "sentiu forças místicas, talvez as do candomblé"
De acordo com o portal Superesportes, no artigo, o jornalista escreveu que o técnico francês teria dito que "forças místicas, talvez as do candomblé" teriam ajudado o brasileiro Thiago Braz a ganhar o ouro no salto com vara.
A afirmação supostamente dita por d’Encausse virou alvo de críticas por ser considerada um preconceito religioso e cultural. "Foi uma extrapolação pessoal, um trabalho literário. Nem acho que ele (Philippe d´Encausse) saiba o que é candomblé", revelou Hernandez.
Segundo o jornalista, o técnico se referiu ao Brasil como um "país bizarro", em tom de admiração. "Eu me apoderei desta frase dele 'este país é bizarro', de forma que ele não poderia acreditar no resultado surpreendente", disse.
"Dali, isso me deu a ideia e, sobretudo, com o cenário irracional desta final, de fazer referência ao candomblé. Naturalmente, essa é uma extrapolação pessoal. Em nenhum caso no meu artigo, eu digo que ele faz referência a isso", explicou.
A suposta referência ao candomblé aumentou a polêmica gerada pelo treinador, já que havia comparado as vaias da torcida brasileira à atitude racista dos alemães com o Jesse Owens, nos Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim.
ASSUNTOS: jogos olímpicos, Mundo