Juiz que mandou vítima de estupro 'fechar as pernas' é removido do cargo
O juiz John F. Russo Jr, de Nova Jersey, nos Estados Unidos, foi afastado do seu posto na quarta-feira (27), após se envolver em uma série de problemas no tribunal. Russo chegou a perguntar a uma vítima de estupro se ela “tentou fechar as pernas”.
Segundo a Revista Forum, a Suprema Corte do estado considerou que o comportamento de Russo tornava “inconcebível” que ele pudesse lidar com casos de violência doméstica e sexual. A decisão considerou que nenhuma testemunha deveria ser tratada dessa forma no tribunal. “As perguntas também envergonharam a alegada vítima ao, de forma intolerável, sugerir que ela era culpada”, diz o texto.
No referido caso, o juiz pressionou a vítima diversas vezes, perguntado se ela sabia o que fazer para tentar se proteger de uma agressão sexual. Após a mulher responder que tentou dizer não, pedir que o agressor parasse ou sair correndo, Russo disse: “Algo mais? Bloquear partes do seu corpo? Fechar as pernas? Chamar a polícia? Você fez alguma dessas coisas?”.
Russo alegou que estava tentando entender se havia algo mais acontecendo ou se a vítima apenas não conseguia se expressar. O juiz ainda chegou a afirmar que, “como uma dançarina exótica”, a vítima deveria ser capaz de se defender. A mulher pedia ao tribunal uma ordem de afastamento para um homem acusado de estuprá-la, que não lhe foi concedida.
Russo também já se envolveu em problemas por ameaçar uma mulher que disse ter medo de revelar o próprio endereço no tribunal, e por favorecer um conhecido em um julgamento envolvendo atraso de pagamento de pensão.
Para a Suprema Corte, os juízes definem o tom no tribunal. “Especialmente quando se trata de temas sensíveis, como violência doméstica e agressão sexual, esse tom deve ser digno, solene e respeitoso, não humilhante”, diz a decisão.
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