“As pessoas choravam muito, passavam mal. Perto de mim, duas desmaiaram. Na correria para pedir socorro e se salvar, um homem chegou a sofrer corte na cabeça. Saí de um banheiro e deparei com ele sangrando.”

Iara Diniz, 25 anos, ficou presa durante quatro horas em um hotel-cassino, em Las Vegas, para se proteger contra o atentado que ocorreu na noite deste domingo (1), que deixou 58 pessoas mortas e outros 515 feridos, durante um festival de música country. 

Ela e as amigas iriam para uma festa em outro local mas receberam uma mensagem informando o cancelamento devido ao tiroteio que estava acontecendo na rua. Elas começaram a ouvir vários gritos dentro do hotel e foram levadas para o auditório do local, onde haviam mais 300 pessoas e ficaram aguardando durante quatro horas. 

De acordo com a jornalista, as pessoas estavam gritando e correndo, com medo que o atirador entrasse no local. Ela saiu do auditório e foi ao banheiro, após aconselhamento do chefe de segurança do hotel, e quando voltou se deparou com um cenário de pânico entre as pessoas no local, que perdurou pelas horas que estiveram lá.

“Só consegui sair do hotel por volta de 4h (local) porque a rua ficou interditada. A cidade parece que está morta. As pessoas andam e falam assustadas. Estão sérias e caladas. O motorista que tirou a gente do hotel, que mora aqui, disse que agora é um luto”, afirmou a jovem.

Iara contou que voltará com as amigas para Chicago, onde moram. “A cabeça está a mil, assustada e pensando em todas as vítimas dessa tragédia”, relatou.

FONTE: Folha de S. Paulo