Manaus/AM - Três deputados da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) se manifestaram, nesta terça-feira (18), contra o PL nº 1904/2024, que equipara ao crime de homicídio o aborto realizado após as 22 semanas de gestão, com pena máxima de 20 anos para a mulher que realizá-lo. 

Durante a sessão ordinária de hoje, a deputada Alessandra Campelo (Podemos) e os deputados Rozenha (MDB) e Carlinhos Bessa (PV) usaram a tribuna para criticar o projeto do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). 

Usando uma blusa com a frase "Criança não é mãe. Estuprador não é pai", Alessandra lembrou que mais de 80% dos casos de estupro contra crianças são cometidos por pessoas conhecidas, sendo muitas vezes pelos próprios parentes. Ela ainda criticou quem acredita que o processo para a realização do procedimento seja rápido. A deputada finalizou seu discurso dizendo que o PL "é a hipocrisia travestida de uma ideologia". 

Em outra ocasião, o deputado Rozenha disse: "Eu prefiro acreditar que ele [Sóstenes] tenha algum problema mental do que ele ser idiota, porque é de uma idiotice tão profunda que me dá tristeza de saber que, no meio de 513 deputados, tem um idiota desse. Procure ajuda, esse rapaz é doido. Não há cabimento, isso não pode ser aceitável", disse.

O discurso foi complementado pelo vice-presidente da Aleam, Carlinhos Bessa, que ao se referir a Sóstenes, afirmou ter ficado "abismado" pela falta de conhecimento jurídico que um deputado federal possa ter. 

Nas redes, outros deputados amazonenses também se manifestaram a respeito do PL. A deputada Mayra Dias (Avante), por exemplo, se posicionou contra a proposta e disse que o projeto de Sóstenes é uma ameaça aos direitos das mulheres.