Marcado para morrer, 'Mano Kaio' abre o jogo e entrega tudo para polícia
Manaus/AM - A polícia apresentou na manhã desta quarta-feira (23), Kaio Wuelligton Cardoso dos Santos, 25, conhecido como “Mano Kaio” ou “Kaio do 40”. Ele foi preso nesta terça (22) em um município do Rio de Janeiro e é acusado de chefiar um grupo associado a facção criminosa Família do Norte (FDN) e Comando Vermelho.
De acordo com o delegado Juan Valério, “Mano Kaio” é acusado também de participar do assassinato de pelo menos 60 pessoas em Manaus. Em 10 desses casos ele teria participação direta, como na morte e esquartejamento de “Frankzinho do 40”, e nos outros 50, Kaio teria dado a ordem para que seus soldados executassem as vítimas.
Em depoimento à polícia, Wuelligton deu informações importantes e detalhadas sobre o esquema de tráfico de drogas e de armas tanto no Amazonas quanto no Rio de Janeiro e revelou que pretendia executar uma chacina em Manaus que ficaria conhecida como a maior e mais sangrenta da história.
Segundo Juan, Kaio estava se associando a traficantes da zona Norte e Leste da cidade para compor “bondes” com a finalidade de invadir a área do 40 e executar ex-soldados que viraram seus desafetos por terem migrado para a facção rival após sua fuga para o Rio:
“A ideia dele era invadir a área do 40, entre 5h e 6h da manhã, porque nesse horário o movimento do tráfico já teria terminado e essas pessoas estariam na casa. Ele indica endereço das casas das pessoas a serem mortas, que são de seis a oito, inclusive ele fala que não é para deixar nenhuma testemunhas e que eles devem matar todos os parentes que estiverem no lugar, porque isso vai ficar na história”, afirma o delegado.
Kaio disse ainda que havia uma outra lista de pessoas a serem executadas, mas conforme Valério, essas informações correm em segredo de justiça. Durante a apresentação, ele pediu perdão pelas pessoas inocentes que morreram, mas foi interpelado pelo advogado para não dar mais declarações. Questionado se "Mano Kaio" seguiria para um presídio de segurança máxima por estar marcado para morrer e por ser considerado altamente perigoso, o delegado disse que a questão ainda está sendo avaliada, mas que até o momento a previsão é de ele volte para o regime fechado em um dos presídio de Manaus.
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