Vereadores de Manaus defendem PL Antiaborto: "Pior que estupro é o homicídio"
Manaus/AM - Dois vereadores da Câmara de Manaus (CMM) defenderam, nesta terça-feira (18), o Projeto de Lei que criminaliza a realização do aborto após as 22 semanas de gestação. Ao defender a proposta, um deles chegou a dizer que "pior que o estupro é o homicídio".
"Entendo que um estupro é um crime abominável e precisa ser tratado com máximo rigor da lei. Mas não podemos fazer vista grossa para o crime cometido contra uma vida que está dentro do ventre totalmente indefeso. Por que essa criança precisa morrer? Um crime não pode acontecer por causa de outro crime. Isso é inaceitável, por isso sou completamente a favor desse PL", defendeu o vereador Raiff Matos (PL).
Ao subir na tribuna, Raiff chegou a ler o discurso escrito para não ter a sua fala distorcida. No final do discurso, contudo, ele fala que espera "que os deputados tirem a venda dos olhos pois pior que o estupro é o homicídio". O vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) pediu para Raiff retirar a fala, porém ele respondeu "não retiro, vossa excelência não manda no meu mandato nem na minha consciência".
"Estuprador é estuprador. Vossa excelência [vereador Raiff], nós homens, talvez não consigamos ter a dimensão do que é o estupro. As mulheres têm. Qual a dimensão psicológica de um estupro? Qual a dimensão de uma criança violentada por padrastos, pelo namorado da mãe? Isso é muito grave. Eu não sou a favor do aborto. Mas nós não podemos como cristões defendermos algo que penaliza tanto a mãe e pro estuprador tudo de boa", rebateu o vereador Marcelo Serafim (PSB).
Em outra ocasião, o vereador Marcel Alexandre (PL) diz que "é ruim que façam avanços baseados no que acontece com minorias" e classifica o estupro como "vertente". Ele destacou que é contra o aborto e sim a favor da vida e que as excessões devem ser tratadas a partir do código penal.
O projeto em questão é o PL nº 1904/2024, que está em trâmite na Câmara dos Deputados, e visa criminalizar o aborto após as 22 semanas, chegando a penalizar as mulheres que realizá-lo com até 20 anos de prisão.
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