MANCHESTER — Em dias de notícias trágicas para os britânicos, uma imagem comovente traz um respiro de alívio. A câmera flagrou o momento em que um religioso muçulmano consolou uma senhora judia de 93 anos no memorial às vítimas do atentado terrorista de segunda-feira em Manchester. Os dois rezaram juntos no local, que virou símbolo de união e resiliência após um homem-bomba ter provocado a morte de 22 pessoas, incluindo crianças e adolescentes. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI).
O imã Sadiq Patel reconfortou a senhora Renee Rachel Black, que estava visivelmente abalada, e orou junto a ela ao lado de um memorial repleto de flores na Praça Albert. Lá, uma vigília foi realizada na terça-feira em memória às vítimas do ataque de segunda-feira à noite.

O religioso ajudou a senhora a ir embora, oferecendo seu braço como apoio e carregando sua cadeira com a outra mão. A vigília reuniu representantes das comunidades muçulmana, cristã e judia de Manchester.

Abedi, um jovem britânico de origem líbia, matou ao menos 22 pessoas e feriu outras 64 em um ataque suicida na noite de segunda-feira na saída do show da cantora americana Ariana Grande. Como parte das investigações, a polícia britânica anunciou nesta quarta-feira a detenção de uma quinta pessoa, perto de Wigan, Noroeste do Reino Unido.

“O homem estava com um pacote cujo conteúdo estamos examinando atualmente”, informou o comunicado da polícia.

O pai de Salman havia negado que o filho estivesse ligado a extremistas ou ao atentado no show da cantora pop. Ele disse, no mesmo dia de sua detenção, ter conversado há cinco dias com o filho, de 22 anos, e o jovem teria lhe dito que se preparava para visitar a Arábia Saudita. De lá, seguiria para uma visita à casa dos pais, na Líbia, para o mês sagrado do Ramadã.

— Nós não acreditamos em matar inocentes. Estes não somos nós — disse Ramadan Abedi. — Ele parecia normal.

Cinco pessoas foram presas no Reino Unido desde segunda-feira à noite, incluindo Ismal Abedi, irmão mais velho de Salman, preso em Charlton, no sul de Manchester. O irmão mais novo do terrorista, Hashem, foi detido na capital líbia, Tripoli, na terça-feira, sob suspeita de vínculos com o Estado Islâmico (EI), de acordo com fontes da agência Reuters. O Globo.