Parque do Mindu terá programação especial pelo Dia Mundial do Meio Ambiente
Manaus/AM - No Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado neste sábado (5), será realizada uma programação especial no parque do Mindu, a partir das 8h, como parte das atividades do “Junho Verde”, campanha que tem ações especiais voltadas para este período especial, coordenado no município pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).
Mostra de produtos regionais da Área de Preservação Ambiental (APA) Tarumã-Ponta Negra, contação de histórias, plantio e doação de mudas de plantas e ainda intervenções artísticas dentro do parque, para os frequentadores interagirem.
Mostra de produtos regionais
Pé de moleque, goma e farinha de tapioca, polpas de frutas, macaxeira, galinha caipira, plantas e cascas medicinais, açaí, ingá, pimenta, beiju-cica, cheiro-verde, bananada, coco, tucumã, bolo de macaxeira, cupuaçu e utensílios domésticos de madeira legalizada, são alguns dos produtos regionais que fazem parte da IV Mostra de Produção Familiar da APA Tarumã-Ponta Negra.
De acordo com o secretário da Semmas, Antonio Ademir Stroski, são cerca de 12 produtores que estarão envolvidos na venda dos produtos, e que estavam com dificuldades devido à pandemia da Covid-19.
“Há dois anos esses produtores estavam sem mercado devido à pandemia, então nós estamos trazendo para o parque do Mindu o que antes era realizado no prédio da Semmas, para que eles tenham a oportunidade de vender mais os seus produtos”, disse o titular da Semmas, afirmando ainda que as medidas de segurança contra a Covid-19 serão respeitadas em todas as ações dentro do parque do Mindu.
Contação de histórias
A relação do homem com o meio ambiente servirá de pano de fundo para a contação de histórias, que acontecerá neste sábado, a partir das 9h, e terá como convidada a liderança indígena Karapãna, do tronco linguístico Aruak, Maria Alice da Silva Paulino, 39 anos.
A liderança Karapãna, que contará um pouco do universo infinito da mitologia amazônica aos frequentadores do parque, diz que a harmonia que existia entre os seres de antigamente não está sendo vivenciada pelos atuais habitantes da Terra e que não há mais um contato com os elementos da natureza ou a biodiversidade como fonte de vida realmente.
“Os antigos moradores na Amazônia tinham essa sensibilidade, para saber o que os animais estavam querendo falar através do seu canto, o canto de alegria, o canto de tristeza, qual era o aviso que eles estavam trazendo sobre o perigo que estava rondando”, declara Maria Alice, que explica também sobre a relação com os elementos da natureza.
“Os elementos da água, adentrando nos igapós e casas às margens dos rios, quando ela quer inundar tudo, ninguém barra. E o vento, quando ele vem de uma forma bem forte, já sabe que está trazendo uma tempestade. A forma que se faz com o fogo, quando não tem domínio sobre ele, por ganância, em grande quantidade, traz uma devastação muito grande. Essa harmonia existia entre os seres antigamente, e agora ela não está sendo muito vivenciada pelos atuais habitantes na terra. Então vale mais o que eu acho, o que eu penso ou o que eu quero ter ou ser?”.
Maria Alice nasceu na zona rural de Manaus, no rio Tarumã-Açu, e mora atualmente na aldeia Santa Maria Yupirungá. É formada em magistério, como professora bilíngue indígena e graduanda em Licenciatura em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Tem como língua materna o nheengatu.
Outras ações
Além dessas ações, no parque está ocorrendo ainda o plantio e doação de mudas de plantas aos frequentadores, devido à campanha do Junho Verde, que tem uma programação especial voltada para o Mês do Meio Ambiente.
A população, além de praticar atividades físicas, como caminhadas e corridas, pode participar também das intervenções artísticas, do artista Juarez Lima.
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