Atirador mata dois em escola cristã nos EUA e deixa duas em estado grave
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Um adolescente matou duas pessoas num ataque a tiros a uma escola cristã em Madison, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (16). Ele também foi encontrado morto pela polícia dentro da instituição.
Ao menos outras seis pessoas ficaram feridas, das quais duas estão em estado grave, segundo o Departamento de Polícia de Madison. O caso ocorreu na Escola Cristã Abundant Life, colégio privado que tem cerca de 400 alunos a partir do jardim de infância.
De acordo com a polícia, o atirador era adolescente e aluno da instituição. Foram mortos um professor e um adolescente. Segundo a Associated Press, a pessoa que executou os disparos seria uma adolescente de 17 anos. A polícia, porém, não deu detalhes sobre a idade e o gênero das vítimas e do autor dos disparos.
Inicialmente, o órgão havia informado a morte de cinco pessoas, incluindo o atirador. Depois, porém, atualizou a informação e disse que eram três mortos no total.
As autoridades ainda investigam a motivação do crime. O presidente Joe Biden foi informado, e a Casa Branca ofereceu ajuda às autoridades locais.
O chefe de polícia de Madison, Shon Barnes, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta segunda que a polícia foi acionada por volta de 10h50 no horário local (13h50 em Brasília) e que quando os agentes chegaram, encontraram o atirador morto.
O adolescente portava uma pistola e as autoridades locais trabalham com a hipótese de que tenha morrido por suicídio. Barnes informou que os investigadores estão em contato com a família do autor dos disparos.
Os feridos foram levados para dois hospitais distintos da região. A prefeita de Madison, Satya Rhodes-Conway, lamentou o ocorrido e disse que o foco agora é dar apoio às famílias. Ela também fez um apelo por medidas para prevenir a violência ligada ao porte de armas.
Biden divulgou um comunicado no qual afirma ser inaceitável que o Estado não consiga proteger crianças da violência armada e citou outros ataques a tiross em escolas registrados que receberam pouca atenção, segundo o democrata.
"Os estudantes em todo o nosso país deveriam estar aprendendo a ler e escrever, não tendo que aprender a se abaixar e se proteger", disse. O presidente afirmou ainda que seu governo trabalhou para aprovar uma legislação sobre segurança ligada as armas, mas que é preciso fazer mais.
"O Congresso precisa aprovar leis de segurança das armas: verificações de antecedentes criminais, uma lei nacional de sinalização de alerta [em que a polícia ou parentes podem pedir que uma pessoa seja impedida de portar uma arma por apresentar perigo] e uma proibição para armas de alta capacidade", disse o presidente.
O controle de armas e a segurança escolar se tornaram questões políticas e sociais importantes nos EUA, onde o número de ataques em instituições de ensino aumentou nos últimos anos.
Houve 322 ataques em escolas em 2024 no país, de acordo com o site K-12 School Shooting Database. Trata-se do segundo maior número em apenas um ano desde 1966, de acordo com esse banco de dados, e superado apenas pelo total do ano passado, quando foram registrados 349 casos.
De acordo com a ONG Gun Violence, houve ao menos 487 tiroteios em massa nos EIA neste ano. Segundo a entidade, no ano passado foram 656, o que representa uma média de 1,8 por dia.
Ataques a tiros são frequentes nos EUA, onde existem cerca de 400 milhões de armas de fogo em circulação -número maior do que o de pessoas. Um a cada três adultos possui ao menos uma arma e quase um a cada dois adultos vive em uma casa onde há uma arma.
A discussão sobre o acesso às armas de fogo sempre ganha destaque quando ocorrem ataques como o desta segunda. O assunto, porém, divide a sociedade. Durante a campanha presidencial, por exemplo, democratas levantaram bandeiras para propor medidas para restringir o acesso aos artefatos. Republicanos, por sua vez, costumam ser contra ampliar o controle.
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