Em Paris, Janja participa de cúpula sobre nutrição e almoça com Brigitte Macron
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PARIS, None (FOLHAPRESS) - Em Paris para uma cúpula internacional sobre nutrição, a primeira-dama Janja Lula da Silva foi recebida na tarde desta quinta-feira (27) por sua homóloga francesa, Brigitte Macron, em um almoço no Palácio do Eliseu.

O assédio do PL ao vice-governador
A cúpula Nutrição para o Crescimento discutirá durante dois dias o combate à fome em todo o planeta.
Em sua fala, Janja lembrou que, até o final da cúpula, "milhares de crianças terão morrido ao redor do mundo por falta de alimentos, pela fome e pela má nutrição". "Esse é um pensamento que a gente não pode nunca perder de vista", acrescentou.
Janja apresentou as iniciativas dos "governos do presidente Lula e da presidenta Dilma" na área de segurança alimentar, "tão necessárias, apesar de muita gente falar o contrário". "Ainda temos muito a fazer. E com urgência", concluiu.
Embora não tenha cargo formal no governo, a primeira-dama teve dos franceses o mesmo tratamento reservado a representantes de Estado. O primeiro-ministro da França, François Bayrou, fez questão de mencionar a presença de Janja nos agradecimentos iniciais de seu discurso de abertura.
Ela era uma das principais autoridades presentes, em uma cúpula que atraiu poucos chefes de Estado estrangeiros. Os de maior senioridade presentes eram o rei do Lesoto, Letsie 3º, e um dos vice-presidentes da Costa do Marfim, Tiémoko Meyliet Koné.
Devido a críticas à atuação de Janja em eventos oficiais, está em discussão no governo brasileiro um parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) para delimitar a atuação institucional do cônjuge do presidente da República.
Em sua conta no Instagram, Janja divulgou um story com sua agenda desta quinta-feira: a participação na cúpula, o almoço com a primeira-dama francesa e a presença em uma recepção oferecida pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
Também estavam representados no evento de Paris os ministérios da Saúde, Educação, Relações Exteriores e Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Em mensagem gravada para o evento, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou que o objetivo de eliminar a fome no planeta até 2030, estabelecido em 2015 pela ONU, provavelmente não será atingido.
A cúpula ocorre em um momento de crise para a ajuda humanitária, devido à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de suspender bilhões de reais em financiamento do governo americano a agências de combate à desnutrição.
O encontro em Paris é o quarto do gênero. Desde 2013, por uma espécie de acordo diplomático tácito, os países que sediaram os Jogos Olímpicos se comprometem a discutir no ano seguinte a fome no planeta. A exceção foi o Brasil: embora o Rio de Janeiro tenha abrigado os Jogos de 2016, a cúpula do ano seguinte foi organizada pela Itália.
No encontro com a primeira-dama francesa, Janja disse que aproveitaria para convidar oficialmente Brigitte Macron para a COP 30, marcada para novembro, em Belém, e tratar da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa multilateral lançada pelo Brasil durante a cúpula do G20, em novembro passado, no Rio de Janeiro.
Como já tinha feito dois dias antes em Tóquio, ela evitou comentar o recebimento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal, por tentativa de golpe. "Essa é uma questão jurídica do STF. Eu já disse que, se tinha alguma coisa a falar sobre isso, falei no dia 8 de janeiro", respondeu à Folha de S.Paulo.
Janja visitou a "Vila das Soluções para a Nutrição", uma exposição paralela à cúpula em um parque próximo à Torre Eiffel. No local, girou uma roleta de temas relacionados à nutrição, como mudanças climáticas ou direitos humanos. A roleta parou em "Desigualdades de Gênero". "É o combate da minha vida", afirmou, sorridente.
Ela também deixou uma inscrição em um mural de mensagens: "Pratos cheios de alimentos, esperança e dignidade para todos e TODAS", escreveu, sublinhando a última palavra.
A primeira-dama fica até sábado de manhã em Paris. Está hospedada na residência do embaixador do Brasil, Ricardo Neiva Tavares.

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