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Equador começa a votar de olho no que dirão os observadores internacionais

Por Folha de São Paulo

13/04/2025 12h00 — em
Mundo


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QUITO, EQUADOR (FOLHAPRESS) - O Equador começou a votar neste domingo (13), a partir das 9h (7h locais), em um clima de tensão. Desta vez não devido à violência armada que acomete o país, mas às antecipadas acusações dos dois lados em disputa de que pode haver fraude.

Sem suspeita alguma de quem será o eleito, uma vez que o presidente Daniel Noboa e a opositora Luisa González mantiveram empate técnico, resta uma certeza: a de que a avaliação posterior dos observadores eleitorais internacionais terá peso no final do dia.

São ao todo 485 observadores de fora credenciados, segundo o órgão eleitoral. O grupo de maior peso é o oriundo da União Europeia, com membros que recém-chegaram e outros que já estavam há meses no país. No primeiro turno, eles disseram que o processo havia seguido o rito democrático, mesmo quando Noboa falou em irregularidades.

A poucas horas do domingo, Luisa González publicou um vídeo em suas redes sociais no qual dizia ter recebido de membros de inteligência das Forças Armadas informações de que, a mando de Noboa, falsas atas de votação estariam sendo plantadas pelo país para "construir a ideia de fraude ante sua iminente derrota". Não há provas.

Membros da gestão Noboa também sinalizavam acreditar que poderia haver fraude, mas acusando, por óbvio, a opositora de esquerda.

O voto no país é obrigatório e em papel. A contagem é feita nos próprios centros de votação e depois enviada eletronicamente à autoridade eleitoral. Os delegados de cada partido presentes (ao todo são 94 mil) ficam com cópias das atas assinadas e as levam para casa.

O decreto do presidente Daniel Noboa que no sábado (12) implantou um estado de exceção por dois meses, incluindo a derrubada do direito de inviolabilidade domiciliar, também deu caldo às críticas e acusações de dentro e de fora do país.

O próprio Congresso unicameral, onde há uma estreita maioria simples do Revolução Cidadã, movimento político de Luisa González, divulgou comunicado manifestando sua preocupação.

A instituição legislativa disse que "as medidas geram preocupação quanto aos limites do direito de reunião, afetam o direito ao voto e alteram a ordem democrática e, portanto, o transcorrer de um processo eleitoral transparente, pacífico e legítimo".

Políticos de outros países também se somaram à manifestação de preocupação. Da Argentina, o Partido Justicialista de Cristina Kirchner e Alberto Fernández divulgou nota criticando o estado de exceção. Do Brasil, dirigentes do PSOL, muito próximo ao ex-presidente Rafael Correa, padrinho de González, também o fizeram.

A votação vai até às 19h (17h locais). A participação costuma girar em torno de 80% dos eleitores. Ao todo, mais de cem mil agentes de segurança foram mobilizados para a votação, entre militares e policiais. Nos centros de votação, são militares fortemente armados os que monitoram a atividade do eleitor.


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