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EUA investigam mensagens racistas enviadas a negros após vitória de Trump

Por Folha de São Paulo

08/11/2024 21h45 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo federal e autoridades estaduais dos Estados Unidos investigam uma ação coordenada que enviou mensagens racistas a pessoas negras em pelo menos 21 estados do país após a vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais, projetada na quarta-feira (6).

As mensagens pediam que seus destinatários, citados pelo nome e, em alguns casos, sobrenome, se apresentassem a um feitor de escravos para "colher algodão" em uma fazenda. Algumas delas mencionavam Trump nominalmente, de acordo com o jornal The New York Times.

A associação NAACP, conhecido grupo dos direitos civis nos EUA, disse que as mensagens "não são normais" e que se recusaria "a permitir que sejam normalizadas".

"Elas representam um aumento preocupante na retórica de grupos racistas em todo o país", afirma a organização. Não está claro quantas pessoas foram alvo da ação.

De acordo com o presidente da NAACP, Derrick Johnson, o caso prova como esses grupos se sentiram encorajados após a vitória de Trump nas urnas -o ex-presidente tem um longo histórico de falas e ações racistas ao longo das décadas, incluindo, mais recentemente, a mentira de que imigrantes haitianos nos EUA estariam comendo animais de estimação.

O FBI, a polícia federal americana, disse em nota na quinta-feira (7) que estava investigando o caso. Já o governo da Louisiana afirmou ter rastreado a origem das mensagens a um servidor na Polônia --mas ressaltou que isso não significa que o esquema não teve origem nos EUA, uma vez que a rede estava sendo usada para ocultar o real ponto de partida dos disparos.

Em um comunicado, a campanha de Trump disse que o presidente eleito "não tem absolutamente nada a ver com essas mensagens".

A Casa Branca condenou o incidente. "O racismo não tem lugar nesse país, e ponto final", disse a porta-voz Robyn Patterson.

Alguns dos alvos das mensagens racistas foram crianças e adolescentes na cidade de Nova York, de acordo com a procuradora-geral Letitia James.

De acordo com o New York Times, uma mensagem típica dizia: "Nossos donos de escravos executivos vão buscar você em uma van marrom. Esteja preparado para passar por uma revista assim que entrar na fazenda."


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