Filipinas acusam China de ataque com jato d'água em área marítima disputada
MANILA, FILIPINAS (FOLHAPRESS) - O governo das Filipinas acusou a Guarda Costeira da China de disparar um jato de água contra uma de suas embarcações perto do atol de Scarborough, no mar da China Meridional, nesta quarta-feira (4).
Pequim, que reivindica sua soberania marítima sobre quase toda a região, afirmou ter sido apenas um exercício de controle de suas águas previsto por lei, "porque os navios filipinos tentaram entrar em suas águas territoriais" e "se aproximaram perigosamente" de seus barcos de patrulha.
Um vídeo publicado pelas autoridades de Manila mostra o barco da Guarda Costeira chinesa batendo na lateral de um navio do departamento de pesca do governo filipino, cujos tripulantes gritam "colisão, colisão".
De acordo com comunicado do porta-voz da Guarda Costeira filipina, Jay Tarriela, o navio chinês disparou um canhão d'água direcionado contra as antenas de navegação do navio.
Depois "bateu intencionalmente na lateral" da embarcação governamental de Manila, antes de voltar a disparar com o canhão d'água.
Outra situação recente deixou as Filipinas em alerta. O presidente Ferdinand Marcos Jr. demonstrou preocupação na segunda (2) com a presença de um submarino de ataque russo na zona econômica exclusiva das Filipinas no mar do sul da China, no fim de novembro.
"Qualquer intrusão no mar do oeste das Filipinas, em nossas linhas de base, é muito preocupante", disse Marcos a repórteres, referindo-se a parte do mar do sul da China dentro da zona marítima das Filipinas.
Um submarino russo da classe Kilo foi avistado a 80 milhas náuticas (a cerca de 150 km) da província de Occidental Mindoro em 28 de novembro, disse o porta-voz da Marinha, Roy Vincent Trinidad, em um comunicado na segunda.
Nesta quarta (4), a Rússia disse que o submarino estava exercendo a liberdade de navegação sob a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. "O submarino não violou de forma alguma o regime da zona econômica das Filipinas", disse a embaixada, acrescentando que havia mantido Manila informada de sua presença para deixar claro que não havia "intenções desonestas".
As tensões entre Filipinas, aliada dos Estados Unidos, e China aumentaram no último ano devido a reivindicações sobrepostas no mar do sul da China. Um tribunal arbitral de 2016 decidiu que as reivindicações históricas de Pequim sobre a via navegável disputada não tinham fundamento.
Outra crise nas Filipinas envolve a vice-presidente do país, Sara Duterte. Um segundo pedido de impeachment foi apresentado nesta quarta contra ela, por suposto uso indevido de fundos públicos e recusa em defender seu orçamento perante o Congresso.
A acusação se soma a uma lista crescente de casos e investigações contra Duterte após sua ameaça, no mês passado, de mandar assassinar o presidente Ferdinand Marcos Jr.
ASSUNTOS: Mundo