O presidente venezuelano Nicolás Maduro assume nesta sexta-feira (10) seu terceiro mandato consecutivo, estendendo sua permanência no poder até 2031. A cerimônia, marcada para ocorrer ao meio-dia no Parlamento, em Caracas, acontece em meio a fortes críticas internas e externas sobre a legitimidade de sua reeleição. A oposição denuncia fraude nas eleições de 28 de julho, enquanto países como Estados Unidos, União Europeia e governos latino-americanos não reconhecem os resultados.

Protestos contra a posse movimentaram Caracas na quinta-feira (9). A opositora María Corina Machado liderou manifestações e foi detida após deixar o evento, sendo libertada em seguida. Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória no pleito, criticou a falta de transparência do governo e prometeu tomar posse "em nome do povo venezuelano". Enquanto isso, o governo Maduro acusa González de planejar um golpe de Estado com apoio dos EUA e oferece recompensa por sua captura.

A crise política e a repressão têm gerado repercussão internacional. Segundo a ONU, prisões de opositores e violência pós-eleitoral, que deixaram 28 mortos e 200 feridos, preocupam. O Alto Comissariado de Direitos Humanos pediu esforços para reduzir tensões e evitar novos confrontos. No âmbito diplomático, o Brasil enviará sua embaixadora Gilvania de Oliveira para a posse, enquanto o México também confirmou representação.

Maduro, no poder desde 2013, enfrentará desafios para consolidar seu governo diante de forte rejeição popular e isolamento internacional. Apesar de alegar vitória com 52% dos votos, a oposição insiste que González recebeu 67%. A falta de detalhamento na contagem oficial alimenta suspeitas, e a pressão por respostas segue crescente.