Israel afirma ter matado outro dirigente do Hezbollah; Líbano fala em 1 milhão de deslocados
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Exército de Israel afirmou neste domingo (29) ter matado Nabil Qauq, comandante da unidade de segurança do Hezbollah, em um ataque realizado durante a véspera na periferia sul de Beirute. Se confirmada, a morte será mais um golpe para a milícia libanesa dois dias após o assassinato de seu líder, Hassan Nasrallah.
Tel Aviv intensificou a ofensiva contra o Líbano na tentativa de devolver os 60 mil moradores do norte de Israel que deixaram as suas casas após o Hezbollah passar a atacar a região em solidariedade ao Hamas, em guerra com o Estado judeu na Faixa de Gaza há quase um ano.
Os bombardeios israelenses deixaram um rastro de destruição o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse a jornalistas neste domingo que quase um milhão de pessoas poderiam ter fugido das zonas de combate. Neste domingo, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas disse ter lançado uma operação de emergência para fornecer alimentos aos afetados pelo conflito.
"Esse pode ser o maior deslocamento populacional na história do Líbano", afirmou o político após uma reunião de gabinete de emergência. De acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques israelenses das duas últimas semanas deixaram mais de mil mortos e pelo menos 6.000 feridos.
O número ainda deve aumentar, dado o aumento da tensão na região. Também neste domingo, Israel disse ter atacado dezenas de alvos do Hezbollah no Líbano, enquanto o grupo disse que continuará lutando contra Tel Aviv a Marinha israelense disse que interceptou um projétil no Mar Vermelho e que outros oito caíram em áreas abertas.
Nasrallah foi um dos mais poderosos atores da violenta política da região. Além de Nasrallah, foram mortos diversos outros líderes da facção em um mega-ataque aéreo em Beirute, na sexta (27).
"Nosso trabalho não acabou. Temos dias desafiadores à frente. A eliminação de Nasrallah é um passo necessário para mudar o balanço de poder no Oriente Médio", disse o premiê Binyamin Netanyahu após desembarcar de viagem aos EUA para falar na Assembleia-Geral da ONU.
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