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Israel bombardeia escola e volta a ordenar saída de civis na Faixa de Gaza

Por Folha de São Paulo

27/07/2024 14h00 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dezenas de pessoas foram mortas em um ataque de Israel, neste sábado (27), a uma escola que abrigava deslocados na Faixa de Gaza, disseram autoridades do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. O Exército israelense afirma ter atingido um centro de comando da facção no complexo escolar.

O bombardeio que atingiu a escola na cidade central de Deir Al-Balah teria matado vários civis, incluindo mulheres e crianças, segundo as autoridades palestinas.

De acordo com um comunicado do Exército israelense, as forças do país tinham como alvo um "centro de comando e controle do Hamas dentro do complexo escolar Khadija, no centro de Gaza". Na declaração, Israel afirma que a escola era usada para lançar ataques contra suas tropas e também como depósito de armas. Militares de Tel Aviv teriam alertado os civis sobre o ataque.

Imagens da agência de notícias Reuters mostram pessoas retornando ao local do bombardeio para procurar pertences, além de incêndios na área. Paredes foram destruídas, e havia destroços espalhados no pátio. Carros estacionados no local ficaram destruídos.

Um Hasan Ali, uma mulher deslocada que se abrigava na escola, disse que havia retornado do Egito para Gaza há poucos meses com a filha --elas foram ao país vizinho em busca de tratamento médico. Agora, a filha foi ferida no ataque e levada de novo a um hospital.

Outra mulher, Ibtihal Ahmed, disse à Reuters que estava sentada em uma tenda no momento em que ouviu explosões. "Comecei a correr, minha filha estava em um lugar, e eu estava em outro. Vi pessoas correndo em direção ao lugar que foi atingido. As pessoas abrigadas na escola Khadija são inocentes e isso não deveria acontecer com elas", afirmou.

Em ataques anteriores que atingiram infraestrutura civil, o Exército israelense culpou o Hamas por colocar a população em perigo, acusando a facção de operar dentro de bairros densamente povoados e de usar escolas e hospitais como escudos. O Hamas nega.

Mais cedo, neste sábado, veículos palestinos disseram que outras pessoas foram mortas em ataques israelenses na cidade de Khan Yunis, no sul de Gaza, e que seus corpos foram levados para o hospital Nasser.

Os militares israelenses pediram aos palestinos que saíssem temporariamente dos bairros ao sul de Khan Yunis para que as tropas pudessem "operar à força" por lá. Segundo comunicado, Israel teria orientado a população a se mudar para uma área humanitária em Al-Mawasi.

A nova ordem para retirada tem como consequência a redução da chamada zona humanitária declarada pelo Exército de Israel, o que obriga dezenas de milhares de pessoas a viver em tendas lotadas, segundo os observadores.

Autoridades da ONU e de outras organizações acusam Israel de usar força desproporcional na guerra e de não garantir que os civis tenham lugares seguros para ir, o que o país nega.

No campo de refugiados de Al-Bureij, cinco palestinos foram mortos em um ataque aéreo atribuído a Israel que atingiu uma casa. Em Rafah, perto da fronteira com o Egito, médicos disseram que outras quatro pessoas também morreram após bombardeios.

Na quarta, o Exército israelense realizou uma operação em Khan Yunis e recuperou os corpos de cinco reféns, incluindo dois soldados e dois reservistas. Dois dias depois, na sexta, os militares disseram que suas tropas lutaram contra combatentes palestinos na cidade e destruíram túneis e outras infraestruturas, enquanto tentavam reprimir pequenas unidades militares que disparavam morteiros contra as tropas.


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