Israel corta acesso, e palestinos ficam sem água potável na Cidade de Gaza

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Centenas de milhares de palestinos estão sem acesso a água potável na maior cidade da Faixa de Gaza depois que os bombardeios de Israel contra o território destruíram o que restava do encanamento que entregava o insumo à Cidade de Gaza.
Agora, os moradores precisam caminhar por quilômetros para encontrar fontes de água limpa, dizem autoridades locais. Desde o fim do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, Tel Aviv intensificou os bombardeios e as investidas por terra contra Gaza, causando centenas de mortes de civis.

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Em comunicado, as Forças Armadas israelenses disseram estar em contato com organizações internacionais para consertar o que chamaram de "avaria no encanamento" do norte da Faixa de Gaza "o mais rápido possível".
Segundo os militares, os canos do sul do território ainda funcionam, e os palestinos teriam ainda acesso a caminhões-pipa, poços artesianos e outros meios de obter água potável. Em julho de 2024, habitantes do território já denunciavam uma campanha coordenada de Israel para destruir estes poços artesianos --a confederação de ONGs Oxfam disse na época que 88% deles estavam inutilizáveis em Gaza.
Mais de 50 mil palestinos foram mortos em ataques israelenses desde o início de guerra em outubro de 2023, quando o ataque terrorista do Hamas deixou 1.200 israelenses mortos.
Segundo as Nações Unidas, os mais de dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza agora sobrevivem com cerca de 3 a 5 litros de água por dia para consumo, higiene pessoal e preparação de alimentos. O mínimo recomendado em situações de emergência é de 15 litros. A título de comparação, o brasileiro médio consumia 154 litros de água por dia em 2018, de acordo com um relatório da ONU --em países desenvolvidos como os Estados Unidos, esse valor pode chegar a mais de 350 litros.
Israel vem emitindo novas ordens de retirada para civis que estão no norte do território, dizendo que realiza operações contra "infraestrutura terrorista" na região. No sul, as Forças Armadas do país disseram ter concluído o cerco da cidade de Rafah, onde também ordenaram a retirada completa de civis da cidade, que agora se amontoam em uma pequena faixa de território junto ao mar para tentar fugir dos bombardeios constantes.
Nos seus comunicados oficiais, as Forças Armadas israelenses se referem à região de Rafah e Khan Younis como o "eixo de Morag", nome de um assentamento judaico fundado em 1972 que existiu no local antes da retirada israelense em 2005.

ASSUNTOS: Mundo