Jogador negro é arrancado de avião por policiais
O jogador de futebol belga Stéphane Oméonga, que atua no Bnei Sakhnin, de Israel, denunciou ter sido vítima de agressão policial no aeroporto de Roma, na Itália, no dia 25 de dezembro. O atleta, negro e com descendência congolesa, relatou ter sido retirado à força de um avião que partiria para Tel-Aviv, onde trabalha desde 2023.
Em suas redes sociais, Oméonga descreveu a ação policial como brutal. Segundo o jogador, após embarcar e ocupar seu assento, ele foi abordado por um comissário sob a alegação de um suposto problema com seus documentos. Ao questionar a natureza do problema, a polícia foi acionada.
"Fui algemado e retirado à força do avião. Já fora da aeronave, longe da vista das testemunhas, os policiais me jogaram violentamente no chão, me espancaram e um deles pressionou o joelho contra minha cabeça", denunciou Oméonga. Ele também relatou ter sido levado em uma viatura policial, algemado, e mantido em uma sala sem comida ou água por várias horas, em situação de "total humilhação".
O jogador afirma que, ao ser liberado, foi informado de que um policial o acusava de agressão durante a prisão, mesmo estando algemado. Até o momento, Oméonga alega não ter recebido nenhuma justificativa oficial para sua detenção. "Como ser humano e pai, não posso tolerar qualquer forma de discriminação", declarou.
A versão da polícia de Roma é de que o jogador constava em uma "lista negra" de Israel e, portanto, não poderia embarcar. Agentes da "Polaria", a alfândega italiana, teriam sido chamados para intervir sob a alegação de que Oméonga representava uma ameaça a Israel.
Em entrevista ao jornal belga DH Les Sports+, o atleta negou qualquer problema anterior com sua documentação ou permissão de entrada em Israel. "Eles tentaram culpar o serviço de imigração israelense por me recusar a entrada. Entrei em contato com eles no dia seguinte e eles me disseram que não era verdade. Tenho uma autorização de trabalho válida, então posso ir”, assegurou.
Apesar do ocorrido ter se dado no dia de Natal, Oméonga só tornou a denúncia pública na última terça-feira de 2024. O jogador justificou a demora alegando estar abalado com a situação.
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