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Netanyahu elogia Biden e Trump em discurso no Capitólio e minimiza protestos

Por Folha de São Paulo

24/07/2024 16h30 — em
Mundo



CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, elogiou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o ex-presidente Donald Trump em discurso em sessão conjunta das duas Casas no Congresso americano, nesta quarta-feira (24), em Washington, fala durante a qual foi ovacionado pelos congressistas diversas vezes.

Diante dos presentes, Netanyahu reforçou a aliança entre Tel-Aviv e Washington em fala de tom combativo, na qual conectou a existência do Estado de Israel e da guerra atual contra o Hamas à batalha entre barbárie e civilização e ressaltou a ameaça proporcionada pelo Irã e seus aliados no Oriente Médio.

O premiê israelense entrou no Congresso muito aplaudido pelos parlamentares americanos. Ele entrou na Casa e se dirigiu ao púlpito principal, à frente do presidente da Câmara, Mike Johnson, cumprimentando pelo caminho congressistas presentes. A ovação continuou por cerca de um minuto mesmo após Netanyahu assumir o local para falar. Depois de apresentado, foi novamente aplaudido ostensivamente pelos congressistas, com gritos de apoio.

O líder israelense repetiu do começo ao fim do discurso que seu país venceria a guerra e que a aliança com Washington, seu principal parceiro e fornecedor de armamentos, era essencial para o sucesso na Faixa de Gaza.

Netanyahu elogiou o presidente americano, Joe Biden, no início do discurso, e deixou para o fim um elogio em proporção semelhante ao ex-presidente Donald Trump.

"Quero agradecer o presidente Biden pelos seus esforços em favor dos reféns e pelas famílias dos reféns", disse o israelense, lembrando ainda do "apoio sincero" do democrata após o ataque do Hamas no dia 7 de outubro passado.

"Ele foi a Israel para ficar conosco na nossa hora mais escura, uma visita que nunca será esquecida", afirmou, sendo aplaudido de pé pelos presentes.

"Presidente Biden e eu nos conhecemos há quase 40 anos, eu agradeço a ele por ser, como ele diz, um sionista com orgulho, aliás, um irlandês-americano sionista com orgulho", disse ainda o premiê de Israel.

Embora o discurso tenha o objetivo claro de galvanizar o apoio americano bipartidário a Israel, não deixa de ser curioso o elogio aberto ao democrata. A relação entre Biden e Netanyahu se degradou nos últimos meses, com críticas cada vez mais evidentes do americano ao governo do israelense e à continuidade do conflito em Gaza.

Em junho, por exemplo, o democrata disse que Netanyahu poderia estar prolongando a guerra por razões políticas, em meio ao vaivém relacionado às tentativas de mediação de um acordo de cessar-fogo que, até o momento, pouco avançaram. O governo israelense criticou o democrata.

Biden, no entanto, vivia ainda os desdobramentos da pressão política interna após a eclosão dos protestos pró-Palestina nos campi universitário do país, algo que incomodava eleitoralmente o presidente, até então em campanha. Biden desistiu de concorrer à reeleição no domingo (21).

Netanyahu minimizou os protestos que ocorriam do lado de fora do Capitólio e reuniram milhares de pessoas durante sua fala —houve confrontos com a polícia. Ele criticou o que chamou de manifestações "anti-Israel" e afirmou que participantes destes protestos são "idiotas úteis do Irã".

"Quando os tiranos do Irã que matam mulheres por não cobrirem o cabelo ajudam e financiam vocês, vocês oficialmente se tornam os idiotas úteis do Irã", afirmou ele, um dos momentos em que foi mais aplaudido.

Mais para o fim da fala, Netayahu elogiou Trump "por todas as coisas que fez por Israel". "Pelo reconhecimento da soberania de Israel sobre as colinas de Golã, por confrontar a agressão iraniana, por reconhecer Jerusalém como nossa capital e mudar a embaixada americana para lá", disse.

"Jerusalém, nossa eterna capital, que nunca mais será dividida", afirmou Netanyahu. A porção oriental de Jerusalém foi conquistada em 1967 e vive hoje sob ocupação de Israel.


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