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Novo ataque de Israel em Gaza mata ao menos 17, diz agência palestina

Por Folha de São Paulo

17/08/2024 13h30 — em
Mundo



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ao menos 17 palestinos foram mortos e outras dezenas foram feridos em um ataque israelense a Zawayda, cidade na Faixa de Gaza, de acordo com informações da Wafa, agência oficial de notícias palestina, deste sábado (17). As mortes ocorreram em meio a novas ordens de retirada de civis da região.

A Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmou que 15 mortos pertenciam a uma mesma família. De acordo com notícias da agência AFP, teriam sido mortos no bombardeio nove crianças e adolescentes, com idades entre 2 e 17 anos, e três mulheres.

"Por volta de 1h, três mísseis atingiram diretamente a casa", disse Ahmed Abu Al Ghoul à AFP, enquanto as equipes de resgate retiravam os corpos dos escombros da casa."Havia principalmente crianças e mulheres lá dentro", acrescentou. Nas imediações da casa, armazéns metálicos foram destruídos.

O Exército de Israel não comentou o ataque, mas tem dito reiteradamente que busca mitigar os danos aos civis em suas ações na Faixa de Gaza.

Antes do ataque, o porta-voz militar de Israel publicou na rede social X, instruções em árabe pedindo que a população na região central de Gaza, incluindo o distrito de Maghazi, perto de Zawayda, deixassem o local e buscassem uma zona humanitária.

De acordo com o porta-voz, o Exército faria uma operação no local para coibir o lançamento de foguetes.

A Reuters não conseguiu verificar se a cidade de Zawayda fazia parte da região designada pelo Exército israelense como não segura para civis.

Nesta sexta (16), duas áreas no oeste de Khan Yunis, dentro do que havia sido designado como zona humanitária, foram indicadas como não seguras para civis. O Exército de Israel ordenou que a população deixasse o local, alegando que membros do Hamas estavam disparando foguetes da região.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) afirmou que as ordens de sexta também incluíam outras áreas fora das zonas humanitárias, afetando cerca de 170 mil pessoas.

"Esta é uma das maiores ordens pedindo deslocamento de civis na zona até o momento e reduz o tamanho da chamada 'área humanitária' para cerca de 41 quilômetros quadrados, ou 11% da área total da Faixa de Gaza", disse um relatório da OCHA.

Um alto funcionário do Hamas rejeitou também neste sábado declarações do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que havia afirmado um dia antes que um cessar-fogo em Gaza estava "mais perto do que nunca". "Não quero agourar nada... podemos ter alguma coisa. Está muito, muito mais perto do que há três dias. Então, cruzem os dedos, disse o americano.

"Dizer que estamos nos aproximando de um acordo de trégua é uma ilusão", afirmou Sami Abu Zhuri, membro do gabinete político do Hamas, em comunicado enviado à AFP.

Uma nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza foi apresentada a Israel e Hamas segundo uma declaração conjunta de Qatar, Estados Unidos e Egito feita também na sexta. Segundo o texto, representantes de alto escalão dos países mediadores se reunirão na próxima semana para finalizar um acordo.

A facção terrorista, porém, já havia declarado que não aceitaria as "novas condições" de Israel na proposta apresentada durante as conversas em Doha. Segundo um dos envolvidos que pediu anonimato, tais exigências incluiriam manter tropas israelenses na Faixa de Gaza ao longo da fronteira com o Egito.

A reação militar de Israel após os ataques de 7 de outubro deixou 40.074 mortos e 92.537 feridos na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. Israel perdeu 330 soldados em Gaza e afirma que pelo menos um terço dos palestinos mortos eram combatentes da facção.


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