Prefeito é assassinado seis dias após assumir o cargo no México
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alejandro Arcos, prefeito da cidade de Chilpancingo, no sul do México, foi assassinado seis dias após assumir o cargo, informaram autoridades locais no domingo (6).
Segundo uma foto da cena do crime, divulgada nas redes sociais, Arcos, 43, foi decapitado, e sua cabeça foi deixada em um caminhão. A imprensa local também menciona essa informação, mas não houve confirmação oficial.
O jornal El Sol de Chilpancingo dá mais detalhes ao afirmar que a polícia recebeu uma ligação por volta das 17h do horário local (19h em Brasília) avisando que havia um caminhão com o pisca-alerta aceso e uma cabeça humana na cabine. O resto do corpo foi encontrado no mesmo veículo, segundo a publicação.
Arcos tomou posse como prefeito no último dia 30. A morte dele acontece três dias depois do assassinato a tiros do Secretário-Geral da Câmara Municipal, Francisco Tapia, numa emboscada na noite de quinta-feira (3), no centro de Chilpancingo.
Tapia também havia assumido o cargo recentemente e era o braço direito do prefeito.
O crime poderá ser investigado pelo Ministério Público Federal, de acordo com a presidente Claudia Sheinbaum. "Sobre o lamentável acontecimento com o presidente municipal [prefeito] de Chilpancingo", disse ela em sua videoconferência de imprensa matinal, "estão sendo feitas as investigações necessárias para descobrir qual foi o motivo e, claro, para fazer as prisões correspondentes".
A presidente acrescentou que as autoridades federais estão colaborando com as do estado de Guerrero. "Está sendo verificado se é necessário levar o caso à Procuradoria-Geral da República", afirmou.
O PRI (Partido Revolucionário Institucional), ao qual Arcos pertencia, denunciou o "crime covarde" e pediu justiça. "Chega de violência e impunidade! O povo de Guerrero não merece viver com medo", afirmou a legenda na rede social X.
Evelyn Salgado, governadora do estado de Guerrero, cuja capital é Chilpancingo, condenou o assassinato de Arcos. "Sua perda enluta toda a sociedade de Guerrero e nos enche de indignação", escreveu no X, sem detalhar as circunstâncias da morte.
O presidente do PRI, Alejandro Moreno, condenou o crime e lembrou que "há apenas três dias [assassinaram] o secretário desta mesma prefeitura, Francisco Tapia". "Estavam no cargo há menos de uma semana. Funcionários jovens e honestos que buscavam progresso para a sua comunidade", lamentou.
Guerrero é um dos estados mexicanos mais afetados pela violência dos cartéis de drogas devido à localização estratégica na costa do Pacífico.
Mais de 450 mil pessoas foram mortas e milhares desapareceram no México desde que o governo enviou o Exército para combater narcotráfico em 2006.
Os políticos, especialmente os locais, são frequentemente vítimas da violência relacionada à corrupção e ao bilionário tráfico de drogas.
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