Refém dado como vivo foi levado morto para Gaza, diz Exército de Israel
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Exército de Israel anunciou nesta segunda (2) que um refém americano-israelense morreu em 7 de outubro de 2023, quando os ataques terroristas do Hamas deixaram cerca de 1.200 mortos no sul do país. Omer Maxim Neutra tinha 21 anos e serviu como comandante de pelotão no Corpo Blindado. Acreditava-se que ele estivesse entre os capturados ainda vivos.
"Hoje podemos confirmar, com base em informações de inteligência, que ele foi morto em batalha no dia 7 de outubro e que seu corpo está mantido como refém em Gaza desde então. Que sua memória seja uma bênção", escreveu o Exército em suas redes sociais.
Neutra cresceu perto de Nova York e prestava serviço militar quando o Hamas invadiu o sul de Israel e capturou cerca de 250 pessoas.
Segundo o Times of Israel, no dia do ataque, Neutra, comandante de um tanque, estava com sua equipe na fronteira da Faixa de Gaza, composta pelos sargentos Shaked Dahan (motorista), Nimrod Cohen (artilheiro) e Oz Daniel (carregador).
Eles teriam sido atacados por terroristas com granadas e explosivos. Na sequência, Neutra e os demais foram sequestrados e levados para Gaza, ainda de acordo com o jornal israelense.
A morte de Dahan foi confirmada em novembro de 2023, a de Daniel em fevereiro, e agora, 14 meses depois, a de Neutra. Todos morreram no 7 de Outubro, segundo Tel AViv.
O destino de Cohen permanece desconhecido, embora seu pai, Yehuda, tenha dito recentemente a um noticiário local que a família recebeu indicações de que ele está vivo.
Em comunicado, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu enviou condolências à família de Neutra e prometeu que o seu corpo seria levado de volta a Israel para ser enterrado.
"Omer era um homem de valores, abençoado com talentos e um sionista em todos os sentidos da palavra", disse. "Ele imigrou para Israel para se alistar nas IDF [sigla em inglês para o Exército israelense], escolheu um caminho de combate e foi escolhido para comandar e liderar."
Netanyahu disse ainda que Israel "não descansará nem ficará em silêncio até que o levemos de volta para casa para um enterro judaico, e continuaremos a agir de forma resoluta e incansável até devolvermos todos os nossos reféns".
Neutra decidiu ingressar no Exército depois de passar um ano sabático em Israel em 2020, adiando seus planos de estudar na Universidade de Binghamton, perto de Nova York. A família Neutra conversou pela última vez com o filho em 6 de outubro, um dia antes do massacre, segundo o jornal americano The New York Times.
Os pais dele, Orna e Ronen, vinham sendo ativistas públicos de destaque pela libertação do seu filho e dos cerca de cem outros reféns ainda detidos na Faixa de Gaza, dos quais se acredita que cerca de metade permanece viva.
"Somos pouco políticos, mas ainda assim nos encontramos no meio da guerra geopolítica mais controversa em décadas", escreveu Orna Neutra, sua mãe, num artigo de opinião para o The New York Post em agosto. "Nossa vida como a conhecíamos acabou."
Desde a captura do filho, os pais de Neutra discursaram na Convenção Nacional Republicana e se reuniram na Casa Branca com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com Netanyahu.
Eles também criticaram o premiê israelense, escrevendo no The Post que "questionaram sua sinceridade e senso de urgência" na busca pela libertação dos reféns.
Estima-se que 97 dos 251 reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 permaneçam em Gaza, incluindo os corpos de pelo menos 35 mortos confirmados pelo Exército, segundo o Times of Israel.
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