O senador argentino Juan Carlos Pagotto, do mesmo partido do presidente Javier Milei, defendeu que famílias pobres possam vender seus filhos. A declaração do político ocorreu durante sessão parlamentar sobre alterações no Código Penal do país.

Pagotto foi acusado por outros parlamentares de alterar trechos de um projeto de lei de sua autoria na leitura de um parecer aprovado pelo Senado, que não mencionava a venda de crianças. Ao final de uma fala, ele disse que ficaria isento de pena "o progenitor" que entregasse o filho "em estado de necessidade". A intervenção gerou indignação em políticos da oposição. "Não está lendo o parecer, senador Pagotto? Está lendo uma proposta que trouxe e está em nossas bancadas, mas não é o parecer", disse a senadora Juliana di Tullio.

O texto inicial da proposta de alteração do Código Penal previa a não aplicação de pena para alguns casos de venda de menores, como em "situação de vulnerabilidade". No entanto, esse trecho foi retirado por não ser aprovado pela maioria dos senadores.

O presidente Milei criticou a declaração e a chamou de "absurda e desumana". "Sob nenhuma circunstância um país civilizado pode tolerar a venda de seres humanos", afirmou.