Trump incumbe Exército de área na fronteira com o México para coibir imigração
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo Donald Trump anunciou nesta terça-feira (15) que o Exército dos Estados Unidos tomará conta de uma estreita faixa de terra que cobre os estados da Califórnia, Arizona e Novo México para driblar a proibição de que militares atuem em medidas anti-imigração.
Hoje, as Forças Armadas não podem ser utilizadas em território americano com poder de polícia. Entretanto, se o território imediatamente adjacente à fronteira for designado como uma zona militar, o Exército poderia, em tese, realizar apreensões de imigrantes, que seriam acusados de invadir uma área restrita.
A base para que isso ocorra foi publicada na semana passada em um memorando assinado por Trump. O anúncio foi feito nesta terça pelo secretário do Interior, Doug Burgum, em viagem ao Novo México.
Serão 44.374 hectares de terras federais que passarão a ser geridas pelo Exército americano na região entre a Califórnia e o Novo México. A autorização para que isso ocorra foi publicada na semana passada, em um memorando assinado por Trump.
Aquele trecho foi estabelecido pelo presidente Theodore Roosevelt em 1907. Durante o primeiro mandato, Trump já havia determinado a atuação de militares na região para auxiliar na construção de um muro entre os países.
Até então, os militares ajudavam na construção de outras partes do muro e também em voos para transferir imigrantes. Com a nova ordem, o Exército poderá controlar quem entra e sai da região e poderia deter pessoas.
O memorando assinado por Trump prevê a "construção de barreiras fronteiriças e a instalação de equipamentos de detecção e monitoramento". O Pentagono terá 45 dias para iniciar a operação em fases.
"Nossa fronteira sul está sob ataque de uma variedade de ameaças. A complexidade da situação atual exige que nossas forças armadas assumam um papel mais direto na segurança de nossa fronteira sul do que no passado recente", diz o ato assinado por Trump na semana passada.
No documento, o presidente reforça sua narrativa de que há uma invasão aos EUA, o que serve também de respaldo legal para suas ações.
Nota divulgada pelo Departamento do Interior nesta terça diz que a ação busca "interromper ameaças terroristas estrangeiras aos EUA e conter atividades ilegais transfronteiriças, como migração ilegal, tráfico de narcóticos, contrabando de migrantes e tráfico humano".
Ainda justifica que boa parte da área é de proteção ambiental e tem espécies que precisam ser protegidas e alega que as travessias no local podem prejudicar esse esforço.
"As travessias ilegais de alto tráfego podem levar à erosão do solo, danos à vegetação desértica frágil e ao habitat crítico da vida selvagem, perda e danos a recursos culturais, aumento do risco de incêndio e poluição por lixo e resíduos humanos."
A área tem ainda um território indígena, que, segundo a ordem de Trump será excluída da região a ser controlada pelo Exército.

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