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TSE desiste de acompanhar eleições na Venezuela após falas de Maduro sobre Brasil

Por Folha de São Paulo

24/07/2024 20h15 — em
Mundo


Presidente do TSE/Foto: Nelson Jr./STF e Presidente da Venezuela/Foto: Reprodução

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desistiu nesta quarta-feira (24) de enviar técnicos para acompanhar as eleições na Venezuela após o ditador Nicolás Maduro questionar, sem provas, o sistema eleitoral do Brasil.

Maduro afirmou, em comício na noite de terça-feira (23), que as eleições no Brasil, Estados Unidos e Colômbia não são auditadas. Disse ainda que o "o melhor sistema eleitoral do mundo" é o venezuelano."

"Em face de falsas declarações contra as urnas eletrônicas brasileiras, que, ao contrário do que afirmado por autoridades venezuelanas, são auditáveis e seguras, o Tribunal Superior Eleitoral não enviará técnicos para atender convite feito pela Comissão Nacional Eleitoral daquele país para acompanhar o pleito do próximo domingo", disse o TSE em nota divulgada na noite desta quarta (24).

"A Justiça Eleitoral brasileira não admite que, interna ou externamente, por declarações ou atos desrespeitosos à lisura do processo eleitoral brasileiro, se desqualifiquem com mentiras a seriedade e a integridade das eleições e das urnas eletrônicas no Brasil", afirmou ainda o tribunal.

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela fez ao TSE convite para dois técnicos acompanharem as eleições do país, marcadas para este domingo (28). O tribunal chegou a recusar o convite, mas havia decidido enviar os servidores na condição de convidados internacionais.

O ataque de Maduro ao sistema brasileiro ocorreu um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmar que está assustado com declarações do venezuelano sobre um "banho de sangue" caso ele seja derrotado nas eleições.

Maduro voltou a provocar Lula nesta quarta (24), citando o Brasil durante uma entrevista coletiva. "Temos fronteiras e boas relações com Colômbia, Brasil e o resto do Caribe. Boas relações, ou seja, ninguém deve se meter nos assuntos internos da Venezuela, porque nós não nos metemos nos assuntos internos de ninguém", disse Maduro.


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