Turquia prende e deporta repórter da BBC, diz rede britânica
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O jornalista Mark Lowen, correspondente da BBC, foi deportado da Turquia nesta quinta-feira (27) após ser preso na véspera em Istambul por cobrir os protestos que eclodiram no país após a prisão do prefeito da cidade, Ekrem Imamoglu, afirmou a emissora britânica.

O assédio do PL ao vice-governador
O profissional, que já foi correspondente em Istambul, estava no país do Oriente Médio há vários dias, de acordo com o veículo. Ele foi retirado de seu hotel na quarta-feira (26), ainda segundo a BBC, e ficou detido por 17 horas antes de ser deportado na manhã desta quinta por ser considerado "uma ameaça à ordem pública".
"Ser detido e deportado do país onde vivi por cinco anos e pelo qual tenho tanto carinho foi extremamente angustiante. Liberdade de imprensa e reportagens imparciais são fundamentais para qualquer democracia", afirmou Lowen, de acordo com a emissora.
A presidente-executiva da BBC, Deborah Turness, afirmou que vai cobrar respostas das autoridades turcas. "Mark é um correspondente muito experiente com profundo conhecimento da Turquia e nenhum jornalista deveria enfrentar esse tipo de tratamento simplesmente por fazer seu trabalho. Continuaremos a reportar imparcialmente e de forma justa os eventos na Turquia", afirmou, segundo a rede de notícias.
O episódio compõe um quadro maior de uma repressão à imprensa no país de Tayyip Erdogan, presidente que é acusado há anos de minar a democracia turca.
Na terça (25), por exemplo, o país determinou a prisão provisória de sete jornalistas turcos acusados de participar de manifestações ilegais, incluindo Yasin Akgul, da AFP. Nesta quinta, um tribunal turco libertou o profissional, segundo a agência de notícias, e os outros seis que também estavam detidos, todos eles locais, de acordo com a emissora NTV.
Centenas de outras pessoas foram presas no contexto das maiores manifestações antigovernamentais em mais de uma década na Turquia. Erdogan tenta minimizar os protestos e alertou sobre consequências legais para aqueles que participarem, enquanto o Partido Popular Republicano (CHP, na sigla turco), de Imamoglu, pediu que as manifestações continuassem.
A oposição, países ocidentais e grupos de direitos humanos disseram que o caso contra o prefeito de Istambul, na frente de Erdogan em algumas pesquisas de opinião, foi uma manobra politizada para remover uma potencial ameaça eleitoral ao presidente acusações que o governo nega.

ASSUNTOS: Mundo