Amazonas quer inserir cinco plantas fitoterápicas na rede SUS
Manaus/AM - Em um trabalho de cooperação inédito, entidades voltadas para as áreas da pesquisa, inovação e serviços no Amazonas estudam a identificação de insumos para inserir, até 2022, cinco plantas da biodiversidade amazônica na lista de fitoterápicos da rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo faz parte dos trabalhos da “Rota da Biodiversidade no Amazonas”, programa ligado às “Rotas de Integração Nacional”, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
O Comitê Gestor da “Rota da Biodiversidade no Amazonas” vem realizando oficinas direcionadas por meio de Canvas, ferramenta de gerenciamento de projetos. A ideia é identificar quais são os insumos e as viabilidades necessárias para que as plantas medicinais sejam ofertadas na rede pública de saúde. Integram o comitê entidades de pesquisa.
No Amazonas, o programa é coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), por meio da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que vem organizando as reuniões. Ao todo, cinco eixos foram analisados pelo comitê. São eles: Insumos e Produção; Insumos, Produção e Pesquisa Tecnológica; Marco Legal; Certificação do Regime de Produção; e Beneficiamento e Agregação de Valor e Comercialização.
“A ‘Rota da Biodiversidade’ tem como finalidade fomentar as cadeias produtivas do estado e está inserida no conjunto de políticas públicas do ‘Biopolis Amazonas’, que é um programa estruturante que visa, sobretudo, ter no conhecimento da natureza a sua matriz de desenvolvimento econômico”, destacou a secretária executiva da Secti, Tatiana Schor.
O especialista em políticas públicas e gestão governamental do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Alex Christian Kamber, enfatizou o trabalho que vem sendo realizado pelo Comitê Gestor no Amazonas e ressaltou a importância do programa do Governo Federal.
“A ‘Rota da Biodiversidade’ é uma iniciativa que tem como objetivo promover o desenvolvimento regional sustentável e a inclusão produtiva por meio da estruturação da cadeia de valor de produtos da biodiversidade, que inclui fitoterápicos, fitofármacos e biocosméticos, entre outros. O polo no Amazonas está bem empenhado no projeto”, enfatizou Kamber.
Processo mostra transparência
A pesquisadora Fabiana Frickmann, do Departamento da Biotecnologia da Ufam, destaca que o Comitê Gestor da “Rota da Biodiversidade” vem desenvolvendo um excelente trabalho com ineditismo no que compete aos estudos em cooperação técnica, que tem por objetivo organizar e dinamizar a cadeia produtiva de fitoterápicos.
“É um trabalho que está sendo feito totalmente em colaboração com várias instituições de pesquisa, no qual podemos destacar a harmonia e a transparência em cooperação técnico-científica em cada projeto prioritário no Canvas. Também destaco a liderança da Sedecti no comitê com propósitos específicos que serão repassados ao MDR. E o benefício maior disso será inserir, em curto prazo, os medicamentos da biodiversidade amazônica no SUS, auxiliando o desenvolvimento da cadeia de fitoterápicos do Amazonas”, apontou Frickmann.
A próxima fase do trabalho do comitê da “Rota da Biodiversidade” será a consolidação de projetos, além da avaliação de viabilidade dos insumos. “Ainda é cedo para dizer quais serão os fitoterápicos a serem escolhidos. Ainda estamos fazendo as pesquisas e juntando a capacidade intelectual e produtiva do estado para identificar esses produtos. Mas, com certeza, deverá ser aquele que está mais encaminhado, com segurança e eficácia comprovadas e regulados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, revelou a cientista.
Veja também
ASSUNTOS: Manaus, plantas fitoterápicas Amazonas, plantas SUS Amazonas, Rota Biodiversidade, SUS Manaus, Amazonas