Ana Marcela Cunha conquista Rio Negro Champions e é aclamada na Ponta Negra
Manaus/AM - Aclamada por centenas de pessoas presentes na Ponta Negra no último domingo (8), a brasileira Ana Marcela Cunha conquistou o primeiro título para o Brasil do Rio Negro Champions, desafio de 8,5km do Rio Negro Challenge Amazônia. Numa disputa acirrada, a tetracampeã mundial deixou para trás a francesa Aurélie Muller e cruzou a linha de chegada em 1h56min05seg de prova, enquanto a atleta olímpica fechou em 02h01min00seg. A apresentação de ponta mostrou a força de duas referências mundiais diante do mais extenso rio de águas negra do mundo.
“A prova é diferente, não é circuito, como estamos acostumados, é você sozinho. Para gente, isso não é comum, algo que a gente vai encontrar de dificuldade na Olimpíada, por exemplo, pois é bem parecido, com a única diferença que a água lá é salgada, mais pesada e com mais corrente. É nossa preparação visando os Jogos Olímpicos e isso aqui faz parte do que a gente quer ano que vem, e por isso estamos aqui. A prova este ano foi bem mais forte e estou muito feliz com o jeito que eu nadei e por ter vencido”, considerou Ana Marcela.
A brasileira também encarou a Champions em 2018, porém ficou na segunda colocação, após Sharon van Rouwendaal faturar a prova com um segundo de diferença, fechando em 2h08min07seg. Com a `maré` a seu favor, Ana Marcela teve um ano brilhante, sendo considerada a mulher com maior número de medalhas em mundiais da modalidade, com 11 (cinco ouros, duas pratas e quatro bronzes), única tetracampeã mundial de uma mesma prova (25 km), única mulher a chegar no pódio dos cinco mundiais desta década e a atleta mais vezes eleita a melhor do mundo (em 2010, 2014, 2015, 2017 e 2018). De Manaus, além da medalha, a atleta afirma que vai guardar boas lembranças, além de ser uma `defensora` da capital amazonense.
“Os atletas que vieram para Manaus de outros países estavam assustados, primeiro por tudo que ocorreu e foi veiculado sobre as queimadas nesta região, e aí eles perguntavam muito. Explicamos que onde aconteceria a prova não havia sido afetado, eles perguntavam muito sobre animais, sobre o rio, e aí vinha as lendas, as histórias, muitas coisas que eles precisam entender, conhecer e saber como realmente é. Passei tudo para eles e falamos sobre clima, sobre a água. Estar aqui para eles é um treino para as Olimpíadas, pois ainda estão buscando a vaga para Tokyo. Com certeza o evento acaba sendo muito bem falado lá fora. É muito bom sair do eixo Rio- São e mostrar que tem muitos lugares do nosso Brasil que podem receber provas”, frisou Ana.
Campeã mundial dos 10 km em Kazan-2015 e Budapeste-2017, Aurélie Muller estreou suas braçadas no Rio Negro e afirmou que o evento serviu de preparação para seu novo ciclo, que entre alguns objetivos, está a classificação para as Olímpiadas, mas desta vez mirando os 1.500 metros de piscina. Além disso, ela elogiou a forma como foi recebida pelos amazonenses.
“Primeira vez que volto ao Brasil depois dos Jogos Olímpicos (2016) e agradeço ao Fernando Possenti pelo convite. A prova foi muito dura, pois tirei um período de férias sem treinar, e estava muito quente, mas foi uma ótima experiência Eu levo daqui os passeios, a cultura e a certeza que dividimos os mesmo valores, que é o respeito um com o outro. Meu foco agora é fazer o melhor tempo e ser classificada para as Olimpíadas”, explicou.
Balanço da prova
Ao todo, 383 atletas participam do RNC 2019, sendo 90 atletas de 13 diferentes estados, entre Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Roraima, Rondônia, Goiás, Pará, Paraná, São Paulo, Tocantins, Rio Grande do Sul, Bahia e Ceará. Para o organizador do RNC, Pierre Gadelha, o desafio mostrou sua evolução nos últimos seis anos e provou que Manaus pode oferecer campeonatos de qualidade.
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