Em Manaus, cientista alerta para colapso do ecossistema da Amazônia
“O mundo precisa entender que o ciclo do carbono da Amazônia é fundamental para a manutenção do clima de países fora da região Amazônica. Esse é o nosso desafio. Mostrar essa verdade". A afirmação é do biólogo norte-americano, professor doutor Thomas Lovejoy, membro sênior da Fundação das Nações Unidas, e pesquisador convidado do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), no II Simpósio Internacional sobre Gestão Ambiental e Controle de Contas.
Lovejoy realizou nesta quinta-feira (17), a conferência de abertura do evento que irá reunir nos próximos dois dias no Centro de Convenções do Amazonas Vasco Vasques, ministros, conselheiros de contas, pesquisadores e estudantes para debater o papel dos órgão de controle para a preservação do meio ambiente.
Colapso está próximo
Thomas Lovejoy é patrono e um dos fundadores do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF), ao lado de Richard Bierrergaard. Criado no fim da década de 1970, o PDBFF é fruto de projeto de cooperação internacional do Inpa com o Instituto Smithsonian dos Estados Unidos em parceria com a World Wildlife Fund (WWF).
O projeto investiga os efeitos da fragmentação florestal sobre a ecologia regional na Amazônia. "Hoje temos mudanças climáticas e uma extensa utilização do fogo na região amazônica. E todo o ecossistema da Amazônia está muito próximo do seu colapso. É preciso reverter esse cenário urgentemente", disse Lovejoy.
Formado pela Universidade de Yale, Thomas Lovejoy, há 50 anos atua no Brasil, especialmente na região Norte, em parceria com o Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com trabalhos focados em florestas tropicais. Ele defende que a cooperação entre nações para benefício e preservação da Amazônia não é risco de perda da soberania nacional.
"Temos que pensar um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia que integre a utilização da floresta de maneira sustentável. E o Amazonas tem o potencial de ser o líder desse novo marco de preservação ambiental mundial. Os demais países precisam entender sua dependência do ciclo hidrológico e de carbono da Amazônia para a nossa sobrevivência. Esse é o desafio. Essa é forma que precisamos discutir soberania: a união das nações", comentou Lovejoy.
Pesquisa e Indústria
O pesquisador defende que haja um plano de desenvolvimento sustentável unificados entre os países e que as pesquisas científicas sejam utilizadas pelas indústrias de maneira limpa ao meio ambiente, a exemplo de como agem as comunidades ribeirinhas da Amazônia.
"Somos muito bons em pesquisar e descobrir as coisas mas precisamos colocar a disposição da indústria esse conhecimento. O desenvolvimento sustentável e a infraestrutura sustentável protegem a natureza. Melhor exemplo disso é a forma sustentável que as comunidades ribeirinhas usam os recursos da natureza", disse.
Foto: Divulgação/TCE-AM
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