Em Manaus, estudantes defendem trabalho sobre acessibilidade no Ifam
Tamires e Gleiciane são as primeiras surdas do curso de Segurança do Trabalho a fazer defesa em Libras
Pela primeira vez desde sua criação, o curso técnico em Segurança do Trabalho, ofertado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam), realizou a primeira defesa de trabalho na Língua Brasileira de Sinais (Libras). As responsáveis por esse marco na instituição foram as alunas surdas Tamires de Castro Barrocas e Gleiciane das Neves Pedrosa.
A defesa ocorreu na tarde da última terça-feira, dia 2, no Campus Manaus Centro (CMC), onde é ofertado o curso desde a década de 1990, que tem como finalidade a formação de profissionais para atuação no desenvolvimento de ações educativas, investigação, análise de acidentes e recomendação de medidas de prevenção e controle.
O trabalho defendido pelas alunas teve a orientação do professor Domingos Sávio Martins e abordou as limitações e potencialidades de acessibilidade para surdos no Ifam, a partir da percepção dos estudantes com deficiência auditiva no Instituto.
De acordo com Martins, o trabalho de pesquisa defende que, nos ambientes escolares, a melhoria da comunicação entre ouvintes e surdos pode ampliar a condição de segurança de todas as pessoas que convivem no espaço acadêmico.
O orientador afirma ainda que a inclusão das pessoas surdas no ambiente escolar é importante no processo de desenvolvimento humano e considera que o preconceito é o principal fator de limitação, acima da deficiência. “O fato de estar na escola, ter a oportunidade de aprender e interagir com outras pessoas eleva a autoestima e fortalece a identidade, tanto a individual quanto a coletiva dos surdos. É uma oportunidade para o acesso ao mercado de trabalho, contribuindo para a autonomia”, frisa o professor.
ASSUNTOS: IFAM, PCD, surdez, trabalho acadêmico, Amazonas