Em Manaus, paralisação de cirurgiões em hospitais públicos deixa população a mercê da própria sorte
Manaus/AM - Cirurgiões que atuam nos hospitais públicos João Lúcio, Platão Araújo e Hospital 28 de Agosto, decidiram cruzar os braços e suspender as atividades a partir da noite desse sábado (3). Ao todo, 70% dos profissionais aderiram a paralisação que já vinha sendo anunciada há pelo menos três dias.
A categoria reivindica o pagamento dos salários que estão atrasados desde maio deste ano. Além disso, segundo o Instituto de Cirurgiões do Estado do Amazonas (Icea), o estado ainda deve os meses de outubro e novembro do ano de 2018 e acumula uma dívida com os profissionais que já ultrapassa R$ 18 milhões.
Por conta dessa situação, os trabalhos foram suspensos não só nos três maiores hospitais, mas também nos SPAs dos bairros. O Icea informou que, geralmente, seis cirurgiões dão plantão nas unidades e que com a paralisação apenas dois aturariam em cada uma.
Contudo, quem precisou dos serviços nas últimas horas, foi pego de surpresa com a informação de que não havia médicos disponíveis. Sobre essa situação, o Governo informou através da Susam que o pagamento de maio está previsto para os próximos dias e que a paralisação é tida como ilegal, já que pela lei, o prestador só pode alegar quebra de contrato quando o atraso ultrapassa os 90 dias. Nesse caso, o prazo ainda não expirou.
Na última sexta-feira (2), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) chegou a acionar a Justiça para evitar a greve, e foi informada que já há uma liminar que proíbe a paralisação. Mesmo assim, ela foi deflagrada e atingiu em cheio quem depende do serviço público de saúde.
Vale lembrar que os serviços só estão paralisados nos três hospitais e SPAs. Maternidades, pronto-socorro infantil e o Cecon estão operando normalmente.
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